Alguns viajam pelo
mundo todo, mas nunca tiveram a coragem ou habilidade para viajar dentro de si
mesmos.
Augusto Cury
Num mundo cada
dia mais competitivo e veloz o que nos diferencia uns dos outros quando o
assunto é trabalho? Vamos pensar em duas pessoas com perfil técnico igual – tem
uma boa formação acadêmica, conhecimentos específicos e idiomas. E você precisa
decidir entre uma ou outra para seguir na empresa. O que faz com que você
escolha A e não B é algo que, dificilmente uma empresa consegue mudar, caso o
funcionário não queira – que é o comportamento. Uma pesquisa feita em parceria
com a Revista VOCÊ S.A e a consultoria Saad-Fellipelli, identificou que 87% das
organizações consultadas estão dispostas a abrir mão de profissionais
competentes por questões comportamentais.
É
incontestável a importância de um bom relacionamento interpessoal, do
conhecimento mais profundo sobre si mesmo e sobre como o comportamento humano
funciona. Não é difícil achar pessoas com excelentes currículos técnicos,
repletos de cursos específicos e de gestão de empresa. Nos preocupamos em
investir na nossa formação acadêmica com especializações, MBA’s, módulos
internacionais e negligenciamos o lado comportamental, psicoemocional. Não
paramos para investir em nós mesmos, em cursos mais voltados para o
autoconhecimento, para o desenvolvimento do relacionamento com os outros e até
para o conhecimento de como a mente humana funciona.
Precisamos nos
conhecer e entender o que nos tira do sério, o que nos faz perder a razão ou
até mesmo o porquê de não conseguirmos nos posicionarmos ou o porquê temos
dificuldade em dizer não e adoecemos. O autoconhecimento nos protege. Para
isso, existem duas perguntas: o que eu sou e como eu lido com isso.
Afinal, no
mundo corporativo temos todos os dias, que gerenciar emoções – as nossas e as
dos outros, lidar com as nossas frustrações e as dos outros, lidar com os
nossos conflitos e os dos outros, com as nossas necessidades e as dos outros.
Mesmo quem
trabalha com máquinas, sistemas, precisa estar preparado para lidar com a
frustração. Nem sempre o tempo do computador, por exemplo, acontece no nosso
tempo, pois se tem a dependência da velocidade da internet que pode não estar
boa naquele dia ou até mesmo falhas do sistema operacional interferindo no bom
funcionamento do computador. Logo, temos que saber administrar nossas emoções e
sentimentos – ansiedade, raiva, impaciência.
A empregabilidade
não se sustenta apenas no conhecimento técnico. Por isso, devemos investir,
também, no desenvolvimento pessoal. Esse investimento pode ser feito, por meio
de cursos comportamentais, terapia, coaching, teatro, meditação, yoga, entre
outras atividades voltadas para o desenvolvimento pessoal. A partir do momento
que treinamos a nossa mente para nos conhecermos mais – pontos fortes, fragilidades,
dores, reações emocionais – dificilmente permaneceremos na repetição por muito
tempo ou teremos uma reação que nos gere prejuízos. O autoconhecimento exige
prática, exercícios de reprogramação mental, e estar aberto para encarar sua
sombra, seu lado mais obscuro, que escondemos até de nós mesmos. Que o acordar
para si mesmo seja um movimento natural, como o abrir e o fechar dos olhos.
Desperte para você mesmo!
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