A
vida é feita de escolhas. Quando você dá um passo à frente, inevitavelmente
alguma coisa fica para trás. Caio Fernando de Abreu
Diante das situações da
vida temos em grandes linhas duas alternativas: continuar convivendo com o
problema ou mudar. Embora, teoricamente, seja simples, na prática tomar
decisões, fazer escolhas, ter que abrir mão de algo torna-se uma atitude
complexa, onde temos que medir as consequência e pesar perdas e ganhos.
Mesmo sendo claro que
ganharemos ao escolher determinado caminho, ou optar por algo que nos tirará de
uma zona de conforto, nem sempre isso se torna um ponto positivo, visto que, a
dor de perder o que conquistamos tem um peso maior. E não raro, vemos muitas
pessoas infelizes, na zona de conforto, sem perceberem que estão infelizes,
pois não sabem como é viver de outra maneira. O ponto de referência é aquele.
É muito comum encontrarmos
casais que permanecem juntos sem nenhuma troca de carinho, distantes, vivendo
debaixo do mesmo teto, porém em mundos diferentes. Nos adaptamos as situações –
temos essa capacidade; ou nos enganamos fingindo que está tudo bem porque mudar
vai ser muito trabalhoso e a perda será maior.
Na revista Mente e
Cérebro, nº 179, Barry Schwartz, escreve sobre pesquisas feitas por Daniel
Kahneman, professor da Universidade Princeton e Amos Tversky (1937-1996) para
explicar os aspectos objetivos e subjetivos relacionados à tomada de decisão. Uma
dessas pesquisas fala sobre a teoria da perspectiva que diz que a satisfação de
alguém não aumenta na mesma proporção que a elevação dos ganhos resultantes de
determinada escolha. Por exemplo, salvar 600 vidas não promove uma sensação
três vezes maior do que salvar 200. Eles defendem que a maioria das pessoas é
avessa a riscos que acarretam ganhos. Quando se trata de ocorrências negativas,
como mortes, as mudanças no estado emocional das pessoas diminuem de forma
similar, Isto é, não proporcional à piora objetiva das circunstâncias. Sendo assim,
perder 600 vidas também não faz sofrer três vezes mais que perder 200, de modo
que assumir o risco de não perder ninguém parece uma boa aposta. Este princípio
faz com que as pessoas se sintam atraídas pelo risco que descreve perdas.
A teoria da perspectiva
diz ainda que, a intensidade do sentimento negativo que alguém experimenta
quando perde alguma coisa é maior que a do sentimento positivo gerado em
relação ao ganho de magnitude semelhante. Ou seja, evitar perdas é mais
motivador que conquistar ganhos. Essa pesquisa ajuda a entender muitas das nossas
escolhas e a compreender algumas decisões tomadas pelos outros, que no momento,
podem não ser compreensíveis.
Porém, todas escolhas que fazemos faz parte de um momento, de um contexto e do nosso nível de amadurecimento e como disse Chico Xavier "embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".
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