“para nascer é preciso destruir o mundo.” Hermann Hesse
e
“para nascer é preciso se conhecer.” Ana Matos
Até que ponto
podemos permitir que algo nos agrida? Racionalmente, se algo está nos agredindo
não faz sentido manter. Seja o que for: trabalho, relacionamento, família,
amigos, filhos, um lugar, etc. No entanto é fato que nem tudo na vida são
flores, e que na maior parte do tempo que passaremos aqui na terra será para
aprendizado e evolução.
Claro, que
cada um de nós tem os seus motivos, os seus objetivos e sabe a dor e a delícia
das suas escolhas. Sim! Somos responsáveis pelas nossas escolhas e, por como
iremos reagir e sentir com aquilo que fizeram conosco. Sem dúvida, que tem
fases na nossa vida que precisamos “engolir muitos sapos” para alcançar aquele
cargo almejado, ou para chegar naquele salário que desejamos ou para alcançar
qualquer objetivo. Precisamos abrir mão de muitas coisas para conseguir dar um
passo para frente. E abrir mão significa perder de um lado para ganhar do
outro. Significa saber lidar com a famosa frustração. Como você lida ou vem
lidando com as suas frustrações? Você faz da frustração um caminho para o seu
crescimento? Ou desconta no mundo, nas pessoas suas insatisfações?
Muitas vezes,
pelo fato de não sabermos lidar com as frustrações e por medo de perder o que
temos, permitimos o abuso emocional. E vamos levando essa situação, pois é mais
confortável lidar com essa dor conhecida do que uma dor desconhecida - que não
sabemos a intensidade e nem o quanto irá durar.
No entanto,
concomitante com esta permissão de agressão a nossa alma, vai entrando em ação
as manifestações do inconsciente, principalmente, por meio dos Sintomas. Esses sintomas
se manifestam sutilmente a princípio. Pode ser uma dor de cabeça, um
desconforto no estômago, no intestino, nas costas, etc. Até que vamos sendo
tomados por dores cada vez mais profundas. O que acontece nesse ponto é que
muitas pessoas procuram ajuda de um médico, ou uma religião, ou uma terapia. E quando
não, vão se dar conta de que não pensaram em si numa mesa de cirurgia ou
deitados na cama.
A questão é:
por que todo crescimento precisa ser pelo caminho da dor e não pelo caminho do
autoconhecimento? Como disse Augusto Cury no seu livro – Ansiedade: como
enfrentar o mal do século – a grande maioria das pessoas dirige carro, mas não
aprendeu a dirigir suas próprias emoções, reações e pensamentos. Eis então, o
cárcere psíquico capitaneado por doenças psicossomáticas. Ainda que possamos
dizer que a mente humana é a mais complexa de todas as “empresas”, a única que
não pode falir, infelizmente é a que vai com maior facilidade à ladeira abaixo
pelos descuidos inadmissíveis com que a tratamos. E quem também paga é o nosso
corpo.
Segundo Cury,
quem não souber dar um choque de lucidez em sua emoção, em seus pensamentos, na
sua vida jamais poderá dizer que é autor da sua história. Quanto tempo
dedicamos a nós mesmos quando somos tomados por uma frustração, por um
pensamento perturbador, uma ideia
punitiva ou um estado fóbico? No máximo, cinco segundos. Sem dúvida, a
qualidade de vida hoje não se resume apenas as questões materiais, mas ao
autoconhecimento. Por isso, cuide de você. Seja o dono do seu destino e não
prisioneiro da sua mente e do mundo dos outros.
Andamos pelos dois sem dúvida nenhuma.
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