sexta-feira, 10 de agosto de 2012

As dores que vem da alma


O corpo humano é a carruagem.
Eu, o homem que a conduz.
O pensamento, as rédeas.
Os sentimentos, os cavalos.
Platão

Deepak Chopra diz que nós somos as únicas criaturas do planeta que podem modificar a própria biologia através dos pensamentos, sentimentos e intenções. As nossas células estão constantemente espionando os nossos pensamentos e sendo modificadas por eles. Por exemplo, quando nos apaixonamos, pensamentos positivos percorrem o nosso corpo e fortalecem nosso sistema imunológico. Por outro lado, pensamentos sombrios e sentimentos depressivos podem nos deixar vulneráveis a doenças. Ao longo das últimas três décadas, centenas de estudos mostraram que nada possui mais poder no corpo do que as crenças da mente. Esta é a visão de mundo quântica, que nos ensina que todos somos parte de um campo infinito de inteligência – a fonte dos nossos pensamentos, mente, corpo e tudo o mais no universo.
No seu livro A dor física, J. D. Nasio cita o antropólogo David Le Breton que fala que a dor não é apenas um fato fisiológico, mas, acima de tudo, um fato de existência. Não é o corpo que sofre, é o indivíduo por inteiro. A dor não é apenas a medida de uma lesão ou de uma afecção, mas o encontro íntimo entre uma situação potencialmente penosa e um homem imerso numa condição social e cultural, tendo sua história própria, uma psicologia que só pertence a ele.
De fato, como disse Gérard Ostermann, empenhamos na dor toda a nossa personalidade, todo o nosso ser. E a dor permanece um mistério atormentador, que despedaça o corpo, que abala nossas referências identitárias e afetivas, e o sujeito, ao senti-la, não é simplesmente o receptáculo passivo de um órgão especializado que se limitaria a tipos de modulações neurobiológicas impessoais de que apenas a fisiologia seria capaz de dar conta.
Pode acontecer de sofrermos dores crônicas, às vezes inexplicáveis e que dura mais tempo do que deveria e, neste caso, o ideal é analisarmos o que está acontecendo ou que aconteceu para além do físico. O acompanhamento terapêutico é importante para nos ajudar a buscar na nossa história, nas nossas crenças, comportamentos e pensamentos a origem desta dor.
Outro ponto para considerarmos em relação a dor, segundo Nasio, é que quando sofremos uma lesão no corpo e essa lesão provoca uma dor, produz-se uma representação mental da região dolorida, da região lesada. Essa representação mental seria fortemente investida afetivamente por todo o nosso ser. Todas as nossas energias seriam focadas nessa representação mental da região dolorida. E o que acontece é que esse investimento, superinvestimento afetivo dessa representação, viria aumentar a intensidade da dor, ou seja, quanto mais investimos na representação, mais sofremos.
No seu livro Linguagem do Corpo, Cristina Cairo diz que enquanto buscarmos a cura para o nosso sofrimento, para a nossa dor, para as nossas doenças apenas no corpo físico continuaremos soterrados sob uma avalanche de perguntas sem respostas. Precisamos entender que nosso corpo é a tela onde se projetam as nossas emoções. Podemos enganar qualquer um, até nós mesmos – nosso ego, mas nunca conseguiremos enganar nosso inconsciente. Seja lá o que estivermos pensando neste momento, seja bom ou ruim, nosso inconsciente registrou. Nosso cérebro tem uma capacidade de absorver, de captar o que acontece ao nosso redor que nem nossa vã filosofia imagina.
Tudo o que acontece conosco, nossos sentimentos, nossas emoções, nossas dores e as nossas doenças são projeções da nossa mente e são criadas e alimentadas por nós, pelo nosso pensamento. Salvo algumas doenças específicas, genéticas.
Como disse Cristina Cairo todas às emoções negativas são projetadas em forma de doenças, de dores no nosso corpo, são as doenças psicossomáticas. Ela cita no seu livro Linguagem do Corpo alguns casos de pessoas que conseguiram curar-se pela mudança no pensamento, por meio de uma análise da sua conduta, ou mantendo uma atitude positiva em relação à doença e a vida, trabalhando o autoconhecimento e exercitando a autoestima. São eles: Louise L. Hay, autora do livro Você pode curar sua vida; Dr. Joseph Murph, autor do livro O poder do subconsciente; e a atriz Cláudia Gimenez.
Todos nos podemos curar nossa vida, nosso corpo e nossa alma. A cada novo dia, temos a oportunidade de fazermos diferente, de levarmos uma vida melhor para nós mesmos e, consequentemente para os que convivem conosco. Nosso futuro próspero e saudável depende do nosso hoje bem humorado, positivamente pensado e alimentado. São pequenas atitudes que sentiremos no nosso corpo e que serão reflexo da nossa alma bem nutrida.