domingo, 7 de outubro de 2012

Cuide de você, cuide da sua saúde, cuide da sua alma! Faça terapia!

O Personal Soul Care foi criado pensando no cuidado que precisamos ter com a nossa alma. E esses cuidados podem ser feitos por meio de atendimento terapêutico, life coaching, executive coaching, terapias alternativas, terapia e vivência em grupo.

Buscamos cuidar da nossa forma física, em ficarmos “sarados”, mas esquecemos, não temos tempo ou não damos prioridade em cuidar de quem mantêm nosso corpo vivo.

Cuidar da alma precisa ser algo contínuo, assim como cuidar do corpo. 
Se não praticarmos exercícios físicos, se não treinarmos, se não cuidarmos da nossa alimentação é impossível alcançar os resultados desejados para o nosso corpo.

Precisamos exercitar, treinar, preparar nossa alma também para alcançar os nossos objetivos desejados enquanto seres humanos.

Lembre de se lembrar de nunca esquecer de se lembrar que a sua alma precisa ser cuidada tanto quanto o seu corpo.

Lembre de se lembrar de nunca esquecer de se lembrar que o Personal Soul Care pode te ajudar nesse processo de atenção, cuidado e descoberta da sua alma.






segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O seu trabalho faz sentido para sua vida?




Algumas frases do livro: O 8º Hábito de Stephen R. Covey. Elas fazem sentido para você?

“Estou aprisionado na rotina.”
“Não tenho vida própria. Estou esgotado, exausto.”
“Ninguém me dá valor. Meu chefe nem tem ideia da minha capacidade.”
“Estou frustrado e desanimado. Não estou conseguindo ganhar o suficiente para pagar as contas.”
“Talvez eu não seja bom o suficiente. Não faço diferença.”
“Sinto um vazio por dentro. Minha vida não tem sentido, está faltando alguma coisa e eu não sei o que é.”
“Estou estressado. tudo é urgente.”
“Estou cheio de politicagem e bajulação.”
“Estou entediado. Não vejo a hora de ir embora.”

           Afinal, o trabalho dignifica ou danifica o homem?
Você já reparou que a relação que temos com uma empresa, seja ela escolhida por nós para trabalhar ou sejamos nós escolhidos por ela, sofre a mesma dinâmica de uma relação amorosa?
          Quando dizemos, em grandes linhas, que toda relação amorosa acaba indo para o mesmo lugar – lugar comum; é o mesmo que falamos em relação a uma empresa. Seja ela desejada por nós, seja ela a melhor empresa para se trabalhar ou mesmo uma pequena empresa; passamos por momentos muito semelhantes e o que difere é quando e como.
          Uma empresa torna-se insustentável para nós quando estamos distantes do que acreditamos, dos nossos valores e objetivos. Torna-se insuportável quando começamos a seguir no piloto automático e o prazer que tínhamos nos primeiros meses ou anos, não é mais o mesmo. E percebemos isso em detalhes como: domingo a noite bate o desespero de mais uma semana onde o que mais queremos é que chegue logo a sexta-feira. Ou então, quando o diretor da empresa começa com aquelas velhas promessas que você sabe que não passam de discurso. Ou quando somos escalados para visitar a filial do Nordeste para resolver problemas que não farão diferença na sua vida profissional. Resumindo: a relação profissional torna-se um peso quando não faz mais sentido, quando estamos sendo aquilo que não somos e carregar essa farsa torna-se um fardo com direito a noites mal dormidas, dores de cabeça, gastrite e todas as “ites” que nosso emocional não suporta e manda para o nosso corpo físico.
          Como disse Stephen R. Covey, no seu livro O 8º Hábito,  a melhor e muitas vezes única maneira de sair do sofrimento para uma solução duradoura é entender primeiramente o problema fundamental que causa a dor. Apesar de todos os avanços, da inovação dos produtos, da tecnologia em alta, da globalização, não progredimos nas organizações para as quais trabalhamos. Sentimos-nos, muitas vezes frustrados e insatisfeitos. A sensação é que não podemos mudar muita coisa, no sentimos impotentes e sem perspectiva. Isso porque, na maioria das vezes, não temos clareza sobre o rumo da organização ou sobre suas prioridades mais altas, ou mesmo não temos certo o sentido do trabalho que executamos.
         O fato é que relação perfeita, seja ela com uma empresa ou amorosa, é definida por nós dessa forma quando mesmo diante dos problemas conseguimos nos colocar de uma forma que não nos agrida; isso por que conseguimos chegar num ponto em que estamos bem resolvidos conosco, quando sabemos o que queremos, onde queremos chegar e como chegaremos. Se estivermos numa relação profissional desgastada teremos que colocar na balança e se pesar os aspectos negativos reais, precisamos ter serenidade e responsabilidade para tomar a decisão de uma forma madura e honesta conosco e com os outros. Para manter uma relação profissional é necessário que nós tenhamos a sensação de engajamento e, como disse Covey, num trabalho que use nosso talento e alimente nossa paixão – que surge de uma grande necessidade do mundo que nossa consciência nos chama a atender, ou seja, o trabalho tem que fazer sentido para o nosso projeto de ser no mundo. O seu trabalho faz sentido para sua vida?

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Término: o ponto final no fim



Eu falo de amor a vida;
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso;
Você de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto;
Você numa estrada em linha reta.
Eu experimento o futuro;
E você só lamenta não ser o que era.
Então me diz qual é a graça de já saber o fim da estrada quando se parte rumo ao nada.
A seta e o Alvo - Paulinho Moska


        Por que é tão difícil deixarmos aquela pessoa que não faz mais parte da nossa vida ir embora?

        O fato que negamos é que a pessoa não faz mais parte. E o que acontece é que insistimos em mantê-la presente no nosso dia-a-dia. E mantemos, muitas vezes, por egoísmo, por medo do que iremos sentir, por medo de não conseguirmos sobreviver sem a rotina que faz parte, que preenche o nosso vazio. O que tememos perder não é a pessoa em si, mas tudo que ela representa; tudo que ela proporciona para o nosso ego.
      O ponto central que nos impede de romper, de cortar o cordão emocional é o Medo. Afinal, se eu cortar esse cordão o que vai restar? Para onde eu vou? O que eu serei? O que eu farei?
            Por mais que, nos momentos de lucidez, de coragem de “virar a mesa”, de assumirmos o controle dos nossos desejos e vontades, racionalmente, temos consciência que acabou, que não tem como continuar, ainda assim não conseguimos colocar um ponto final. Afinal, precisamos continuar o que, sendo que não existe mais troca de carinhos, de olhares, de palavras, de entendimento. Que qualquer copo sujo é motivo de brigas, qualquer calcinha pendurada no banheiro é início da 3ª Guerra Mundial. Sem contar que o sexo é algo que quando acontece é tão automático que o desejo se resume em terminar logo.
             No entanto, optamos por alimentar a ilusão de que um dia algo possa acontecer e que voltaremos ao que fomos um dia. Nos apegamos a esperança de que “amanhã vai ser diferente”. Nada vai mudar, se nós não propusermos e praticarmos a mudança.
            Somos dominados pelo medo e ficamos inertes, cegos, apáticos. No fundo temos medo de nos arrepender, medo de sermos felizes sem esta pessoa, de assumirmos para nós mesmos que o sonho acabou, que nossas juras de amor não são eternas.
            Nos sabotamos a todo momento, criamos armadilhas, caminhamos para um lado, quando lá no fundo gostaríamos de estar indo para o outro lado. O medo nos faz refém, nos rouba a vida. Ele é articulado, eloquente, persuasivo. Ele faz surgir os mais convincentes e lógicos argumentos para não desapegarmos de algo ou alguém. Ele ressuscita crenças que, teoricamente, já havíamos superado, mas que assumem o comando novamente e transformam a maneira de vermos a realidade, ou seja, do jeito que é mais cômodo, que nos coloca “distantes” da dor da perda.
            E por mais que as pessoas nos digam que acabou, que está nítido o distanciamento, que tentem nos mostrar que estamos investindo nossa energia e tempo em algo que não existe mais, não adianta. Qualquer mudança só ocorrerá quando percebermos, genuinamente, que precisamos pensar diferente, aceitar a situação e assumir nossas escolhas rumo à felicidade dos dois.
Precisamos nos imaginar fora dessa condição de escravos do que um dia desejamos. Aceitar que é apenas um momento triste, de frustração, mas que existe vida após o término de um relacionamento. Existe a nossa vida.
Se continuarmos a alimentar nossos pensamentos com lamentações, insegurança, dúvidas, de que sem o outro não seremos mais nada; ou que se nós deixarmos a relação o outro vai morrer, continuaremos a sentir e a viver como um nada, como um corpo sem vida; morto. Assim, como esta ruim para nós é muito provável que esteja para a outra pessoa também. Que ela não esteja feliz, satisfeita e que não tenha mais o mesmo brilho no olhar de quando se era inteiro.
Segundo, Judith Viorst, enquanto a pessoa amada simbolizar certos ideais valiosos para nós, continuaremos a vê-la como uma pessoa ideal; como sonhamos e desejamos um dia. Porém, incoerente para o que somos e queremos hoje.
É necessário para nos sentirmos felizes e satisfeitos com as nossas escolhas, que aceitemos que essas expectativas que tínhamos com essa pessoa foi um ideal que não faz mais parte da nossa vida. Que precisamos virar a página para que os dois se sintam livres para seguir seus caminhos. Que devemos ser gratos por tudo que vivemos e ao nos libertarmos da cegueira do amor ideal teremos que enfrentar a realidade de que outras pessoas podem ocupar esse lugar, que outros relacionamentos podem nos proporcionar momentos de grande aprendizado e autoconhecimento. 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O que temos para hoje pode ser o melhor presente.



       Num mundo onde corremos contra o tempo, onde viver no futuro estando no presente é habitual; ter paciência virou “um olho na terra de cegos”.

          É contraditório pensar que somos “donos do agora”, mas não vivemos nele, não desfrutamos do hoje, pré-ocupados em como viveremos o amanhã. Não nos damos conta, por mais que os livros, os filmes, as poesias, as músicas nos falem; por alguma razão não viver o hoje é a “epidemia” que vagueia no nosso inconsciente coletivo . Tanto faz o lugar que estejamos, ouviremos as mesmas pré-ocupações com o que ainda não aconteceu e que, de repente, nem acontecerá.
          Por conta disso, desenvolvemos sintomas, síndromes, o estresse e uma série de doenças psicossomáticas e tudo isso tendo como base a ansiedade. Por medo de não dar conta de dar conta de viver nos lançamos para um lugar onde nos distanciamos de nós mesmos. Queremos ter tempo para aproveitar a vida, para fazermos nossas coisas e não percebemos que todos os dias “temos todo o tempo do mundo”, como disse Renato Russo. Todos os dias ganhamos esse tempo de Presente.
            Precisamos aceitar e entender que nem sempre conseguiremos fazer tudo num único dia, e que isso é normal. Não precisamos nos massacrar com cobranças e críticas, afinal não temos super poderes para estarmos em vários lugares ao mesmo tempo e, muitas vezes, as coisas para acontecerem não dependem somente de nós.
            O que temos como administrar e desfrutar é o hoje. Temos nas mãos o maior e o melhor dos presentes que a vida poderia nos dar – O Presente.
          Se não conseguimos estar conectados conosco no hoje e vivemos ansiosos, podemos buscar o equilíbrio e bem-estar numa meditação, no Pilates, Yoga, numa ajuda terapêutica, no Life Coaching, na natureza, numa caminhada e nas diversas terapias alternativas que o hoje nos dá de presente.
            Aproveite a vida vivendo o Presente! Afinal, o amanhã pode não chegar. Como disse Mahatma Gandhi: Aprenda como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer amanhã.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

As dores que vem da alma


O corpo humano é a carruagem.
Eu, o homem que a conduz.
O pensamento, as rédeas.
Os sentimentos, os cavalos.
Platão

Deepak Chopra diz que nós somos as únicas criaturas do planeta que podem modificar a própria biologia através dos pensamentos, sentimentos e intenções. As nossas células estão constantemente espionando os nossos pensamentos e sendo modificadas por eles. Por exemplo, quando nos apaixonamos, pensamentos positivos percorrem o nosso corpo e fortalecem nosso sistema imunológico. Por outro lado, pensamentos sombrios e sentimentos depressivos podem nos deixar vulneráveis a doenças. Ao longo das últimas três décadas, centenas de estudos mostraram que nada possui mais poder no corpo do que as crenças da mente. Esta é a visão de mundo quântica, que nos ensina que todos somos parte de um campo infinito de inteligência – a fonte dos nossos pensamentos, mente, corpo e tudo o mais no universo.
No seu livro A dor física, J. D. Nasio cita o antropólogo David Le Breton que fala que a dor não é apenas um fato fisiológico, mas, acima de tudo, um fato de existência. Não é o corpo que sofre, é o indivíduo por inteiro. A dor não é apenas a medida de uma lesão ou de uma afecção, mas o encontro íntimo entre uma situação potencialmente penosa e um homem imerso numa condição social e cultural, tendo sua história própria, uma psicologia que só pertence a ele.
De fato, como disse Gérard Ostermann, empenhamos na dor toda a nossa personalidade, todo o nosso ser. E a dor permanece um mistério atormentador, que despedaça o corpo, que abala nossas referências identitárias e afetivas, e o sujeito, ao senti-la, não é simplesmente o receptáculo passivo de um órgão especializado que se limitaria a tipos de modulações neurobiológicas impessoais de que apenas a fisiologia seria capaz de dar conta.
Pode acontecer de sofrermos dores crônicas, às vezes inexplicáveis e que dura mais tempo do que deveria e, neste caso, o ideal é analisarmos o que está acontecendo ou que aconteceu para além do físico. O acompanhamento terapêutico é importante para nos ajudar a buscar na nossa história, nas nossas crenças, comportamentos e pensamentos a origem desta dor.
Outro ponto para considerarmos em relação a dor, segundo Nasio, é que quando sofremos uma lesão no corpo e essa lesão provoca uma dor, produz-se uma representação mental da região dolorida, da região lesada. Essa representação mental seria fortemente investida afetivamente por todo o nosso ser. Todas as nossas energias seriam focadas nessa representação mental da região dolorida. E o que acontece é que esse investimento, superinvestimento afetivo dessa representação, viria aumentar a intensidade da dor, ou seja, quanto mais investimos na representação, mais sofremos.
No seu livro Linguagem do Corpo, Cristina Cairo diz que enquanto buscarmos a cura para o nosso sofrimento, para a nossa dor, para as nossas doenças apenas no corpo físico continuaremos soterrados sob uma avalanche de perguntas sem respostas. Precisamos entender que nosso corpo é a tela onde se projetam as nossas emoções. Podemos enganar qualquer um, até nós mesmos – nosso ego, mas nunca conseguiremos enganar nosso inconsciente. Seja lá o que estivermos pensando neste momento, seja bom ou ruim, nosso inconsciente registrou. Nosso cérebro tem uma capacidade de absorver, de captar o que acontece ao nosso redor que nem nossa vã filosofia imagina.
Tudo o que acontece conosco, nossos sentimentos, nossas emoções, nossas dores e as nossas doenças são projeções da nossa mente e são criadas e alimentadas por nós, pelo nosso pensamento. Salvo algumas doenças específicas, genéticas.
Como disse Cristina Cairo todas às emoções negativas são projetadas em forma de doenças, de dores no nosso corpo, são as doenças psicossomáticas. Ela cita no seu livro Linguagem do Corpo alguns casos de pessoas que conseguiram curar-se pela mudança no pensamento, por meio de uma análise da sua conduta, ou mantendo uma atitude positiva em relação à doença e a vida, trabalhando o autoconhecimento e exercitando a autoestima. São eles: Louise L. Hay, autora do livro Você pode curar sua vida; Dr. Joseph Murph, autor do livro O poder do subconsciente; e a atriz Cláudia Gimenez.
Todos nos podemos curar nossa vida, nosso corpo e nossa alma. A cada novo dia, temos a oportunidade de fazermos diferente, de levarmos uma vida melhor para nós mesmos e, consequentemente para os que convivem conosco. Nosso futuro próspero e saudável depende do nosso hoje bem humorado, positivamente pensado e alimentado. São pequenas atitudes que sentiremos no nosso corpo e que serão reflexo da nossa alma bem nutrida.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

A prisão da alma



"A beleza não está somente nas flores do jardim, mas, antes de tudo, nos olhos de quem os admira." (Hammed)

Como disse Jean Paul Sartre, somos seres livres, porém condenados à liberdade. A filosofia de Sartre diz que somos responsáveis por tudo que acontece na nossa vida, seja bom ou ruim, inclusive pelo o que podemos ou não fazer com o que acontece no nosso “Universo Particular”. Ou seja, temos em nossas mãos a escolha de alimentar ou não uma emoção; e podemos fazer isso por meio do pensamento, de atitudes. Disciplinar o pensamento é uma tarefa nada fácil, exige treino, muito treino.
Lutamos tanto pela liberdade, queremos tanto ser livres e achamos que isso tudo está, exclusivamente, vinculado ao mundo externo, ou seja, a tudo que está fora de nós. Doce e cômoda ilusão.
Só nos sentiremos livres de fato, quando conseguirmos entender, compreender e conhecer nosso “Universo Particular”, quando sairmos de dentro da caverna e, assim nos libertarmos do nosso lado mais primitivo e parar de viver apenas com aquele lado do cérebro que nos acompanha a mais ou menos 250 milhões de anos - o Arqueocortex. Em grandes linhas o arqueocortex dirige o nosso ser antigo, aquele que se mantém ainda nos moldes do Ser irracional, aquele que se move e age por instintos. Quando usamos o cérebro antigo nos colocamos mais próximos dos animais, não pensamos. Nele está os sentimentos como o ódio, o rancor, os medos, a mágoa, a raiva.
Em pleno século XXI continuamos presos ao nosso animal selvagem, instintivo, irracional. Um exemplo disso é quando ficamos presos aos medos. O medo é uma emoção importante sim para nossa proteção, no entanto os medos que criamos nos mantêm estagnados e prisioneiros. Como disse Joseph O’Connor, no seu livro Liberte-se dos medos, todos nós desejamos a libertação emocional – viver a vida livre dos medos indesejáveis. O medo primário, necessário para a nossa proteção sempre estará lá, porém vivemos uma vida dentro do medo: medo do risco, medo do fracasso, medo da autoridade, medo da perda, medo de nos relacionarmos, medo de nos olharmos, e com isso vivemos limitados e infelizes.
No seu livro As dores da Alma, Francisco do Espírito Santo Neto diz que por medo de sermos visto como somos ficamos limitados a um nível superficial. Presumimos que o “não ver” resulta em “não ter”. Em verdade, não nos livramos da nossa “sombra” simplesmente porque fechamos os olhos para ela, mesmo assim ela continuará a existir. A “Sombra” é um conceito junguiano para designar a soma dos lados rejeitados da realidade que não queremos admitir ou ver em nós mesmos, permanecendo, portanto, esquecidos nas profundezas da intimidade. Tudo que ignoramos geram mais medo do que as conhecidas.
Ele ainda diz que as manifestações decorrentes de nossa “sombra” são projetadas por nós mesmos de forma anônima no mundo, sob o pretexto de que somos vítimas, porque temos medo de descobrir em nós a verdadeira fonte dos males que nos alcançam no nosso dia-a-dia. Por acreditar que banimos de nossa intimidade determinado princípio que nos gerava medo e baixa estima, é que fatalmente encontraremos, logo em seguida, esse mesmo princípio materializando-se no mundo exterior, amedrontando-nos e causando-nos desconforto. Por exemplo, os chamados tiques nervosos nada mais são do que impulsos compulsivos de atos ou a contração repetitiva de certos músculos, desenvolvida de forma inconsciente, para não tomarmos consciência dos conteúdos emocionais que reprimimos em nossa “sombra”. Criamos esses tiques para aliviar emoções e para conter sentimentos emergentes. A técnica funciona assim: enquanto nos distraímos com o tique, não deixamos vir à consciência o que reprimimos, por considerá-lo “feio ou pecaminoso”. O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade.
Se focarmos nosso olhar para o que existe de ruim no mundo estaremos enfatizando, para nós mesmos, o que queremos que a vida nos mostre e nos forneça. É a nossa mente que comanda. E somos nós que alimentamos nossa alma com que o que vivemos, pensamos e sentimos. Quanto mais pensarmos e voltarmos nossa atenção para os desastres, calamidades, erros que acontecem e que também cometemos, mais teremos a percepção de que o mundo está limitado à nossa particular maneira pessimista de ver e sentir.
Presos a desconfiança, ao receio, criamos resistências, obstáculos e tropeços que nos impedem de avançar. Passamos, então, a não viver, a não pensar, a não refletir, não questionar.
Como disse Francisco do Espírito Santo Neto, não seríamos afetados por nenhum acontecimento de maneira desgastante, se estivéssemos centrados em nós mesmos. Devemos aprender a focalizar e desfocalizar nossas crises, traumas, medos, perdas e dificuldades, bem como os acontecimentos desastrosos do cotidiano, dando-lhes a devida importância e regulando o tempo necessário, a fim de analisá-los proveitosamente. Assim, teremos metas sempre adequadas e seguras que favorecerão nosso desenvolvimento espiritual. Somente quando nos conhecermos e nos libertarmos dos medos que alimentamos, criamos e guardamos dentro de nós que conheceremos nossa alma e voaremos leve, livres e felizes.

terça-feira, 24 de julho de 2012

O inevitável encontro consigo mesmo



É difícil assumir que as escolhas são nossas, que o problema não é o outro e sim nós mesmos. Temos que ter em mente que amar alguém não se aprende nos livros, não existe fórmula, não vem no nosso DNA, não se nasce sabendo, se aprende no dia-a-dia, (con)vivendo, errando, acertando e, principalmente, se amando.
Temos medo de entrar no nosso “Universo Particular”, temos medo de nos questionarmos, de analisar por que agimos ou reagimos de uma forma agressiva ou até mesmo indiferente. E se as perguntas já causam medo, imagine as respostas. Sendo assim, não fazemos nenhuma coisa e nem outra; e continuamos superficiais e vítimas do mundo. Se não estivermos dispostos a usar nosso potencial cerebral para sermos mais do que “papagaios de TV”, nada vai mudar. Muitos problemas que enxergamos nos outros estão na nossa incapacidade de reconhecer que também somos assim.
            Como disse Augusto Cury, se o Eu da própria pessoa não tiver consciência da necessidade de mudança e não atuar como autor de sua história, todo esforço do mais hábil psiquiatra ou psicólogo, terapeuta ou até das pessoas próximas será completamente impotente diante de um EU inativo, que não utiliza seu potencial de questionamento, reflexão e de querer ser mais.
            Trabalhamos incansavelmente para criar uma fachada, máscaras, uma persona, para que ninguém descubra nossos desejos mais obscuros, nossos pensamentos mais sombrios, impulsos e histórico pessoal. É neste esconde-esconde nos perdemos na nossa própria escuridão. Só que ao mesmo tempo, como disse Debbie Ford no livro Efeito Sombra, nossa persona nos convence de que não há nada que desconheçamos a nosso respeito – de que somos de fato, a pessoa que vemos no espelho e acreditamos ser. No entanto, uma vez que compramos a história de “esse é quem sou”, fechamos a porta para qualquer outra possibilidade e negamos a nós mesmos tudo o que poderíamos ser. Perdemos a liberdade de ser quem, de fato, queremos ser porque não conseguimos fazer nada fora do âmbito da personalidade que estamos encenando. A persona previsível que construímos agora está no controle. Tornamo-nos cegos às imensas possibilidades de nossa vida. Somente quando pararmos de fingir ser o que não somos – quando já não sentimos a necessidade de esconder ou compensar por nossa fraqueza ou nossos talentos – conheceremos a liberdade de expressar o verdadeiro Eu, tendo habilidade para escolher com base na vida que verdadeiramente desejamos viver. Quando rompemos esse transe e já não nos preocupamos se somos adequados, nem tememos o que as pessoas pensam de nós, podemos nos abrir e aproveitar as oportunidades que poderiam passar despercebidas quando estamos encurralados em nossa história, por trás de nossa máscara, em nossa escuridão.           
Debbie Ford disse que sem perceber, nos posicionamos para provar que somos mais, melhores ou diferentes que o restante, ou tentamos ficar invisíveis para nos adequar sem chamar atenção, chegando até a própria anulação. Esforçamo-nos para criar a persona que acreditamos que nos trará a aprovação e o reconhecimento que desesperadamente precisamos ou, de modo alternativo, nos dê uma desculpa para não viver na íntegra uma vida que amamos. E vamos nos desconfigurando, nos fragmentando, rompendo com nosso Eu, até que um dia a casa cai.
Para que possamos estar em constante contato conosco precisamos exercitar a filosofia - a pensar, a duvidar das nossas crenças, a criticar de forma construtiva nossos comportamentos e construir uma visão positiva de nós mesmo e uma vida que esteja pertinente aos nossos desejos, pensamentos e sentimentos. A mudança é uma prova de amor para o nosso Eu. É o reconhecimento de que podemos mais, de que somos mais e de que merecemos mais. 

domingo, 22 de julho de 2012

O equilíbrio entre perder e ganhar




A vida é feita de escolhas. Quando você dá um passo à frente, inevitavelmente alguma coisa fica para trás. Caio Fernando de Abreu



Diante das situações da vida temos em grandes linhas duas alternativas: continuar convivendo com o problema ou mudar. Embora, teoricamente, seja simples, na prática tomar decisões, fazer escolhas, ter que abrir mão de algo torna-se uma atitude complexa, onde temos que medir as consequência e pesar perdas e ganhos.
Mesmo sendo claro que ganharemos ao escolher determinado caminho, ou optar por algo que nos tirará de uma zona de conforto, nem sempre isso se torna um ponto positivo, visto que, a dor de perder o que conquistamos tem um peso maior. E não raro, vemos muitas pessoas infelizes, na zona de conforto, sem perceberem que estão infelizes, pois não sabem como é viver de outra maneira. O ponto de referência é aquele.
É muito comum encontrarmos casais que permanecem juntos sem nenhuma troca de carinho, distantes, vivendo debaixo do mesmo teto, porém em mundos diferentes. Nos adaptamos as situações – temos essa capacidade; ou nos enganamos fingindo que está tudo bem porque mudar vai ser muito trabalhoso e a perda será maior.
Na revista Mente e Cérebro, nº 179, Barry Schwartz, escreve sobre pesquisas feitas por Daniel Kahneman, professor da Universidade Princeton e Amos Tversky (1937-1996) para explicar os aspectos objetivos e subjetivos relacionados à tomada de decisão. Uma dessas pesquisas fala sobre a teoria da perspectiva que diz que a satisfação de alguém não aumenta na mesma proporção que a elevação dos ganhos resultantes de determinada escolha. Por exemplo, salvar 600 vidas não promove uma sensação três vezes maior do que salvar 200. Eles defendem que a maioria das pessoas é avessa a riscos que acarretam ganhos. Quando se trata de ocorrências negativas, como mortes, as mudanças no estado emocional das pessoas diminuem de forma similar, Isto é, não proporcional à piora objetiva das circunstâncias. Sendo assim, perder 600 vidas também não faz sofrer três vezes mais que perder 200, de modo que assumir o risco de não perder ninguém parece uma boa aposta. Este princípio faz com que as pessoas se sintam atraídas pelo risco que descreve perdas.
A teoria da perspectiva diz ainda que, a intensidade do sentimento negativo que alguém experimenta quando perde alguma coisa é maior que a do sentimento positivo gerado em relação ao ganho de magnitude semelhante. Ou seja, evitar perdas é mais motivador que conquistar ganhos. Essa pesquisa ajuda a entender muitas das nossas escolhas e a compreender algumas decisões tomadas pelos outros, que no momento, podem não ser compreensíveis. 
Porém, todas escolhas que fazemos faz parte de um momento, de um contexto e do nosso nível de amadurecimento e como disse Chico Xavier "embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".

domingo, 15 de julho de 2012

Pelo olhar do outro que eu me vejo




O trabalho de autoconhecimento reflete no olhar para nós mesmos e para o mundo.
 Ana Paula Matos

Existe um longo caminho até a mudança, mesmo porque a compreensão racional não é como a compreensão emocional. Não é fácil mudar um comportamento, mesmo porque este comportamento vem carregado de sentimentos e emoções, está cheio de passado. Embora todos os dias, a todo o momento temos a oportunidade de escolher como será nosso agora, não é fácil mudar um comportamento. Mesmo esse comportamento nos gerando sentimentos indesejados.
Theo Roos, no seu livro Vitaminas Filosóficas diz que Nietzsche sempre foi de encontro aos comportamentos difíceis de ser alterados. Já é complicado reconhecer nossos comportamentos, imagine mudá-los! É uma ginástica, uma tensão, uma permanente intranquilidade. Esses comportamentos por estarem tão entranhados em nós, são difíceis de mudar, porém não são impossíveis. “O familiar”, escreve Nietzsche em A Gaia Ciência, “é o habitual; e o habitual é o mais difícil de conhecer, isto é, de ver como problema, como alheio, como distante, como exterior a nós”. E é pelo olhar do outro que eu me reconheço, é pelo outro que eu me vejo. Não estamos sozinhos e não conseguiremos sozinhos. Fazemos parte de um todo, somos o todo.
Segundo Deepak Chopra, no seu livro O Efeito Sombra, pode parecer estranho, mas os sentimentos têm sentimentos. Sendo parte de nós, eles sabem quando são indesejados. O medo coopera ao se esconder; a raiva coopera fingindo não existir e por aí vai. E como podemos fazer para lidar com sentimentos que permanecem e refletem no nosso comportamento ainda hoje, como resquícios de uma perda, de um acidente, de uma ruptura, de uma rejeição amorosa, de um fracasso escolar?
A agitação, a correria do nosso dia-a-dia, o crescimento desenfreado da nossa sociedade nos afetam diretamente. É difícil dar conta desse ritmo. E isso nos distancia mais ainda de nós mesmos. É até irônico pensar que a pessoa com quem convivemos todo tempo, com quem acordamos e dormimos juntos, muitas vezes é nosso maior desconhecido. Queremos ser bem sucedidos no mercado de trabalho, queremos ser donos do nosso nariz, conquistar uma posição de destaque social, fazer e acontecer no mundo, mas mal conseguimos reconhecer nossos sentimentos, mal sabemos quem somos, por que reagimos de tal forma, por que permitimos que determinadas situações se repitam.
            Investimos nosso tempo e dinheiro para buscar atualização sobre o mercado, sobre novas e melhores práticas de negócios, em melhorar nossas competências profissionais e não, investimos nem 1% de tempo e dinheiro para nos conhecermos, para saber quem é esta pessoa que está comigo 24 horas do dia.
Receber formação e treinamento é algo perfeitamente normal em outros campos, mas na administração e conhecimento do próprio Eu é proibido, é vergonhoso, afinal, ainda hoje não é difícil ouvir que terapia é coisa para louco, para quem tem problema, para quem não consegue se ajudar. O mundo mudou, pessoal!!! Olhar para si mesmo é para poucos. Somente os corajosos encaram esse encontro consigo e com o mundo. Precisamos nos conhecer, conhecer o outro, reconhecer nossos pontos fracos, potencializar nossos pontos fortes e para isso precisamos do olhar do outro - para sermos melhores, para nos desenvolvermos, para evoluirmos.
As escolas, assim como as empresas não se preocupam em formas pessoas que pensem, mas em formar pessoas que façam o que tem que ser feito sem questionar, sem muitas análises. Somos treinados para reproduzir, para replicar o que nos foi passado. Se pararmos para pensar o mundo a nossa volta faz questão de tampar nossos olhos para nós mesmos.
Podemos buscar o olhar do outro, em um amigo, nos nossos pais, nosso parceiro ou num profissional. O terapeuta também cumpre esse papel do outro, com suas técnicas, seus métodos e sua sensibilidade. Ele nos auxilia a enxergar nossos sentimentos e comportamentos, a articularmos nossa demanda, a constituirmos, a descobrirmos na nossa fala em relação à nossa história e extrair, a partir de certa sequência, uma mensagem em que poderá ser veiculado um sentido. Por meio da terapia, podemos encontrar “os por quês” para determinados comportamentos, sentimentos e emoções e, se for o caso mudar ou amenizá-los; aliviar as nossas dores e, contudo nos tornar pessoas melhores e orientadas para o nosso projeto de ser no mundo. Como disse Theo Roos, escavar a si mesmo é um processo demorado e nada simples, mas que nos trás o perdão e alívio para nossas culpas.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Quem é você amanhã?



Quanto aos homens, não é o que eles são o que me interessa, mas o que eles podem se tornar. Jean Paul Sartre

            As pessoas fogem de sim mesmas, se perdem no meio da multidão, se afundam nas preocupações do dia-a-dia, na rotina e, quando olham para si não veem nada, não sabem dizer o que buscam para si. Desde muito cedo somos questionados sobre o que queremos ser quando crescer e não somos incentivados, estimulados a nos conhecer. Vivemos numa sociedade que nos afasta de nós mesmos. Sociedade esta criada por nós – homens e mulheres. A luta pela sobrevivência neste mundo caótico não nos deixa muito tempo para pararmos para pensar se, de fato, queremos fazer parte disso. Simplesmente vamos seguindo conforme o que nos foi pré-estabelecido pela cultura, religião, padrões, tradição, etc.
            Em grandes linhas, fomos criados para termos uma profissão, casar, ter filhos, netos, nos aposentar e esperar a morte chegar. Porém, há algum tempo essa forma de se construir vem sendo questionada, quebrada e reconstruída por alguns. Quebrar paradigmas, destruir para poder reconstruir faz com que o sentimento de “falta de chão”, de desorientação venha à tona. É natural que neste processo de reconstrução, principalmente se o caminho for oposto ao “imposto” socialmente, que haja momentos de vazio, de solidão, de angústia, de querer voltar atrás e se abandonar novamente.
            De fato, constatamos diariamente que o homem nasce livre e por toda parte encontra-se acorrentado, como disse Jean Jacques Rousseau. Somos livres para escolher como dar forma a nós mesmos, embora tenhamos de aceitar algumas limitações sociais. No entanto, dentro do âmbito das escolhas realistas, com frequência descobrimos que quando coagidos, tomamos decisões baseadas no hábito ou na visão habitual que temos de nós mesmos. Não nos permitimos “olhar de cima”, “a pensar fora da caixa”.
          Segundo Jean Paul Sartre, filósofo existencialista, a escolha do que queremos nos tornar está em nossas mãos, somos seres compelidos a determinar um propósito para as nossas vidas, seja ela afetiva, social, pessoal... afinal, dentro da filosofia existencialista, não existe um poder divino que prescreve esse propósito, devemos definir a nós mesmos.
            Definir a nós mesmos não é apenas uma questão de ser capaz de dizer o que somos como seres humanos. Em vez disso, é uma questão de assumirmos a forma de qualquer tipo de ser que escolhemos nos tornar. No entanto, escolher um caminho para ser o que queremos ser significa abrir mão de todos os outros caminhos. Qualquer escolha que façamos vem acompanhada da perda.
A perda faz parte da nossa construção, do nosso projeto de ser. São essas perdas que nos tiram da nossa zona de conforto. São elas que nos fazem enxergar além do nosso próprio umbigo. A perda nos trás aprendizado. É a oportunidade que temos para ganhar o amadurecimento, para nos descobrirmos, para nos conhecermos, para encararmos de frente quem somos e projetar o que queremos ser amanhã.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O autoconhecimento baseado em fatos reais




"Sou parte de tudo o que conheci" Ulisses de Tennynson

            Augusto Cury no seu livro Mulheres inteligentes, relações saudáveis, diz que você pode conviver com milhões de máquinas, com animais e não sofrer nenhuma frustração, mas se conviver com um único ser humano, por mais que o ame, haverá decepções imprevisíveis e frustrações inesperadas.
            Mesmo se nos isolarmos das pessoas e nos trancarmos no nosso mundo, os problemas externos irão ser substituídos por problemas que a nossa mente, incrivelmente elaborada, construirá.
            Problemas todos têm, o que diferencia são a forma, o peso e o valor que nos damos para eles. Embora, sejamos constituídos da mesma forma, corpo, mente e alma, nos desenvolvemos de formas diferentes. O que nos diferencia são as nossas escolhas. Podemos colocar um problema agora e cada um de nós resolverá de forma diferente. As escolhas podem determinar por que seu vizinho teve sucesso na vida e você não, ou por que você conseguiu superar aquele desafio e o seu colega não.
            Por mais que, num contexto geral, todos nós passamos pelas mesmas questões e temos problemas muito semelhantes, como por exemplo, de relacionamento afetivo – “como eu faço para que ele me entenda”, “por que estou sozinho?”, ou “por que não me sinto feliz?”, entre outras inúmeras questões, o que nos torna complexos são os conteúdos que trazemos lá de trás, da nossa relação familiar, dos nossos registros da infância, das pessoas que fizeram parte do nosso desenvolvimento e que são nossas referências.
            O que registramos e o que isso tem a ver com que eu quero ser? Vou agir da mesma forma que meu pai porque ele teve sucesso? Continuarei entregue a depressão porque foi assim que eu vi minha mãe conseguir as coisas?
            O processo natural é que nos identifiquemos, num primeiro momento, com o que vimos, mas com o passar do tempo essa identificação vai se tornando parcial e seletiva, pois precisamos nos construir. Para que isso aconteça, serão necessárias algumas perdas, será necessário deixar para trás algumas crenças. Assim sendo, não nos tornamos clones, mas sim quem queremos ser, de fato.
            Somos parte de tudo que conhecemos, daqueles que nos criaram, mas como disse Judith Viorst, essas partes foram transformadas. Cada um de nós é o artista do próprio Eu, criando uma colagem – uma obra de arte nova e original – com fragmentos e recortes de identificações. Ela diz ainda que, sem dúvida, nós todos, durante o nosso desenvolvimento normal, tivemos experiências de um falso Eu, de separação em duas partes, de narcisismo. Nós todos tivemos experiências de desligamento do nosso Eu. Nós todos tivemos experiências do tipo: “Por que eu disse aquilo?”, de abrigar “eus” distintamente contrários, de tentar esconder nossos “eus” inaceitáveis, de agir como pessoas diferentes com pessoas diferentes.
            Um crescimento e relações saudáveis implicam a capacidade de renunciar à nossa necessidade de aprovação, quando o preço dessa aprovação é o nosso próprio e verdadeiro Eu.
            A busca por essa duas letrinhas – EU – nem sempre é agradável, tranqüila e simples. Busca ou fuga do Eu pode nos trazer decepções, frustrações, incertezas, assim como podemos provocar esses sentimentos nos outros. Mesmo porque, dentro dessas duas letras estão contidos nossos desejos e limites, nosso corpo e mente, nossos sonhos e objetivos, nossos sentimentos e capacidades. Para sermos quem queremos ser é imprescindível a relação com o outro. E esse outro, assim como nos, virá com toda essa complexidade, com todos os conteúdos, com todos os registros. Sabemos que é um desafio e tanto lidar com as pessoas, mas a partir do momento que sabemos quem somos, que praticamos o exercício do autoconhecimento, fica mais fácil conhecer e nos relacionar com o outro, e assim construir relações transparentes e baseada em fatos reais. 







quinta-feira, 24 de maio de 2012

Para sofrer basta estar vivo.



"O sofrimento é sempre um encontro consigo mesmo: sofrer amadurece" Clarice Lispector

Diante da correria do dia-a-dia, da luta constante pela sobrevivência neste mundo selvagem, acabamos, na maioria das vezes, por não prestarmos atenção nos sinais que nosso corpo, nossa alma nos envia. Conquistamos posições de destaque, bens materiais, visibilidade na mídia e, nem sempre, paramos para nos olharmos, fugimos de nós mesmos por acharmos que estamos perdendo tempo com indagações, conflitos, questionamentos que só nos colocarão distantes dos nossos objetivos - profissional e social.
O momento que vamos parar e olhar para nós mesmos nem sempre é um momento agradável, muitas vezes é por meio de uma doença que nos acomete ou que acomete os seres que amamos. E quando isso acontece fugir não é o remédio. Fugir é uma solução paliativa para algo que vem da nossa alma e refletiu na nossa vida. Precisamos reconhecer que somos humanos, feitos de carne e osso, que não somos perfeitos, que não precisamos dar conta de tudo e nem entender de tudo, que podemos errar e fraquejar, que podemos tratar melhor as pessoas, pois nem todos farão o mal que um dia nos fizeram. Precisamos reconhecer nosso sofrimento e buscar ajuda sim. Não estamos sozinhos nesse mundo.
Quando reconhecemos nosso sofrimento, seja ele físico ou emocional devemos tratá-lo com bondade, sem violência, sem culpa, sem autopunição, sem autoflagelo. Neste momento é importante abraçar o nosso medo, acalmar a nossa raiva, acariciar o nosso ódio, e aceitar que precisamos nos olhar no espelho com carinho e colocar no colo essa pessoa, esse corpo, essa alma que está em lágrimas.
Para sofrer basta estar vivo, porém a dor é um caminho para o crescimento. E disso ninguém escapa. Ela nos pertence e somos nós que a criamos. Nem sempre nossas escolhas nos levam para o caminho do amor. No entanto, aceitar a dor é um meio para nos encontrarmos, para pararmos de fugir de nós mesmos, para entendermos que algo não está bem. Ela é um meio para refletirmos sobre nós, sobre a nossa vida, sobre a maneira que estamos conduzindo nossos desejos, sonhos e expectativas. A dor é uma oportunidade, uma chance para prestarmos atenção em nós mesmos.
No seu livro Linguagem do Corpo 2, Cristina Cairo diz que a física quântica comprova que o pensamento interfere diretamente na trajetória de nosso destino, pois pensamentos são vibrações que se deslocam instantaneamente, sem depender de tempo ou de espaço. Ou seja, assume formas, realiza sonhos, transforma ambientes, fabrica doenças e gera no corpo o que desejamos ou não, consciente ou inconscientemente. E ainda diz que: compreender que a doença é o reflexo de seu comportamento, palavras, pensamentos e sentimentos, já será um grande passo para a sua evolução. Quanto mais formos flexíveis em nossas opiniões e pensamentos, mantendo o equilíbrio entre o que sabemos e o que os outros sabem; mais saúde e tranquilidade teremos para seguir nosso caminho.
Se conhecer e conhecer o outro é fundamental para a nossa saúde emocional e física. Conhecer nossos mecanismos de defesa psicológicos e das outras pessoas, tentar entender o porquê de alguns desentendimentos, de alguns “surtos” que geram mágoas, ressentimentos, raiva e demais componentes que só vão nos levar a um lugar – a doença – é crucial para os relacionamentos saudáveis. É comum usarmos de um mecanismo de defesa – o da resistência. Resistência em reconhecer nossas fragilidades, nossos defeitos, assumir nossos erros, afinal é muito mais fácil achar que o outro é errado, ou culpado pelos nossos sofrimentos. Sigmund Freud dizia que quando você se irrita profundamente com alguém ao ponto de comentar e apontar os defeitos dessa pessoa, esta dando um forte indício de que você se projeta e se identifica com ela.  
Podemos a qualquer momento parar e começar a refletir como estamos trilhando nosso caminho, como estamos construindo a nossa história, o que estamos sendo para nós mesmos e para o mundo. A doença é um sinal de alerta da nossa alma. É uma forma de comunicação de nossos desejos frustrados, vontades não expressas e/ou emoções reprimidas. Não tem como separarmos alma, matéria e emoção.  A busca pelo equilíbrio desses três componentes do nosso ser é um exercício e uma prática constante que exige paciência e persistência e que faz parte do nosso processo evolutivo. Não desista de você!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vivência: No caminho do Autoconhecimento (Inscrições Abertas)

No caminho do Autoconhecimento

“Só em nós mesmos podemos mudar alguma coisa, nos outros é uma tarefa quase impossível”. Carl Gustav Jung

O Personal Soul Care em parceria com o Instituto Aica oferece o primeiro passo para o caminho do autoconhecimento – A Busca.

A vivência No Caminho do Autoconhecimento é dividida em 3 módulos de 20 horas – a busca, a prática e a conquista.

Primeiro Módulo – A Busca
Algumas questões nos rodeiam feito fantasmas vagando na nossa mente:

Quais são meus sonhos? Para onde eu quero ir? Quais são meus medos? O que eu quero? Qual o sentido da minha vida? Qual é a minha missão? Para que estou aqui? Que caminhos pretendo seguir? O que eu fiz até agora faz sentido? O que tenho feito por mim? Como posso contribuir para o mundo? O que eu vou deixar? Como os outros me veem? Qual a minha relação com os outros? O que me faz feliz? Afinal, quem eu sou? O que eu busco?

Nosso objetivo é proporcionar um ambiente onde você esqueça o mundo lá fora e se conecte, unicamente, a você e ao momento presente.

Seja e faça tudo para ser Feliz!!!

Data: 18 e 19 de agosto
Local: Instituto Aica  - Rua Giussepe Franco, 213, Jardim Samambaia, Jundiaí-SP
Informações: ana.matos@personalsoulcare.com.br



Mediadores

José Jaime
Fundador e Vice Presidente do Núcleo Espírita Nosso Lar e Centro de Apoio ao Paciente com Câncer, Consultor de Recursos Humanos e Palestrante.
Experiência em treinamento para profissionais de empresas como: Banco do Estado de Santa Catarina S.A., Restaurante e Churrascaria Meu Cantinho, Kerberos Soluções em Informática Ltda, Galeteria Meu Cantinho, Núcleo Espírita Nosso Lar e Centro de Apoio ao Paciente com Câncer, entre outros.
Palestras sobre Motivação e Mudanças para os profissionais do BESC e Restaurante e Churrascaria Meu Cantinho.
Coordenação de Projetos de Outplacement (Recolocação de profissionais), junto a BPI – Business & People Integration para as empresas Brasil Telecom e BESC.
Abertura e Encerramento de Treinamentos nos Projetos de Recolocação aos empregados do BESC, que aderiram ao Programa de Demissão Incentivada na Capital Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, junto aos Consultores da Fundação Getúlio Vargas.
Atuou no departamento de Recursos Humanos do Banco do Estado de Santa Catarina durante oito anos. 


 Ana Paula Matos 
Terapeuta Psicanalista Integrativa e Filósofa.
Experiência de 10 anos em gestão de carreira, recolocação de profissionais e treinamento e desenvolvimento. 
Atuou na BPI do Brasil e participou do Instituto Amigos do Emprego. Participação em projetos de reestruturação de empresas, como: Whirlpool, Bombrill, Brasil Telecom, Suzano Petroquímica, Editora Abril, entre outras. 
Estuda há mais de 15 anos o comportamento humano, os relacionamentos e seus conflitos. 
Atua no Instituto Aica - centro de excelência em saúde física e emocional - com apoio psicológico para a busca do bem-estar e qualidade de vida para crianças, adultos e terceira idade.
Criou o Personal Soul Care que tem como objetivo ajudar as pessoas a buscarem o autoconhecimento e a realizarem transformações em suas vidas, no campo afetivo, profissional e pessoal.  Desenvolve cursos com foco no autoconhecimento, relacionamento e inteligência emocional.
Pós-Graduanda em Condicionamento físico e saúde no envelhecimento; Formação em Biotoque Terapêutico (em curso); Licenciatura em Filosofia; Psicanálise Integrativa; Psicologia e Formação técnica em Administração de Empresas.
Blog: personalsoulcare.blogspot.com e Site: www.personalsoulcare.com.br

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A constante busca pelo equilíbrio profissional




“Cada vez mais pacientes lotam as nossas clínicas e consultórios queixando-se de um vazio interior, da sensação de uma total falta de sentido de suas vidas. Podemos definir esse vácuo existencial como a frustração do que podemos considerar a motivação fundamental no homem, e o que podemos chamar de... a vontade de sentido”. Victor Frankl


O mundo mudou e disso todos nós sabemos. Ao mesmo tempo, que ganhamos com novas tecnologias, avanços científicos, “liberdade de expressão” perdemos a maior parte da nossa vida para pagar o preço da evolução. Pagamos esse preço quando não temos tempo para desfrutar das nossas conquistas materiais, ou quando não conseguimos participar do crescimento dos nossos filhos, ou quando nossa saúde está comprometida, ou quando percebemos que ligamos o “piloto automático” e nada do que estamos sendo e fazendo faz sentido e que a única coisa que nos acompanha é o vazio.
Dados da Isma-Brasil (International Stress Management Association), revelaram que 80% dos brasileiros economicamente ativos sofrem com a sobrecarga profissional e com os excessos que os cercam. É preciso cumprir prazos restritos e demandas cada vez mais complexas, acompanhar mudanças tecnológicas, enfrentar avaliações de desempenho e rendimento, e ainda manter um relacionamento razoável com clientes, chefes, colegas, família e amigos. Isso sem falar da preocupação em se manter empregado. Segundo a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association - Isma-Brasil, no Brasil estima-se que as organizações poderiam ter uma economia de até 34% se diminuíssem os índices de stress ocupacional e doenças decorrentes dele.
O mundo empresarial convive com a realidade do aumento espantoso dos casos de doenças ocupacionais. As estatísticas estão aí para comprovar que estamos sofrendo uma das piores crises do mundo – a crise existencial. Arrisco em dizer até que nossas crises econômicas são consequências da nossa crise existencial. Buscamos um sentido para nossa vida no consumismo, nas relações efêmeras, no excesso de trabalho, etc. Sofremos pelo excesso na agonia de preencher nossa falta.
Segundo Hilsa Flávia A Coutinho no seu artigo Saúde e Profissão: uma nova forma de vida, a presença de profissionais da área da saúde, como psicoterapeutas, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos, terapeutas holísticos, nas empresas facilitaria as ações preventivas e curativas das mesmas, sendo aplicadas medidas cabíveis de prevenção e cura.
O trabalhador opera em média 70% de seu potencial. Se uma empresa investe no desenvolvimento da promoção da saúde, atendendo as necessidades e interesses de seus trabalhadores, o potencial para aumento na produtividade é significativo (Mendes e Dias, 1991).
Sabemos que as empresas vivem tempos cada vez mais competitivos e velozes. Porém, algumas medidas preventivas, como parcerias ou contratações de profissionais da área da saúde, podem ajudar as empresas no que diz respeito à redução do número de licenças de funcionários por doenças, dos gastos com o tratamento da saúde do trabalhador, das reclamações na Justiça devido a acidentes do trabalho, sem contar que o bem-estar e qualidade de vida proporcionado pela empresa refletirão na produtividade e, consequentemente, nos resultados e objetivos a serem cumpridos.
Passamos a maior parte de nossa vida para o trabalho, numa empresa, trabalhamos mesmo não estando dentro do escritório, compramos roupa para trabalhar, cuidamos da nossa estética para o trabalho, e assim por diante. Consequência disso é a falta de tempo livre para cuidar de si, para estar com a família, para estar com os amigos, para desfrutar a vida. A busca do equilíbrio entre vida profissional e pessoal continua sendo um dos maiores desafios do ser humano.
Por isso o ideal, embora não seja realidade para todos, é se pudéssemos seguir aquele provérbio italiano que diz: “Quem faz o que gosta, nunca vai trabalhar na vida!”. Uma relação satisfatória com a atividade de trabalho é fundamental para o desenvolvimento nas diferentes áreas da vida e esta relação depende, em grande escala, dos suportes que os indivíduos recebem durante seu percurso profissional. 



segunda-feira, 23 de abril de 2012

Para que serve a Psicanálise?



(veja o que alguns psicanalistas responderam à enquete realizada pelo jornal Folha de São Paulo)

Contardo Calligaris
"Serve para diminuir ao mínimo possível o sofrimento neurótico e o sofrimento banal, ou seja, reduzi-los ao que é totalmente inevitável; serve para tentar reorientar ou desorientar a vida da gente - desorientar é uma maneira de orientar! Enfim, servepara tornar a experiência cotidiana muito mais interessante. Pensando bem, quase tudo se inclui nessas três coisas"

Luiz Tenório Oliveira Lima
"A psicanálise é um método de investigação do modo de funcionar da mente que, bem-sucedido, tem como consequências um desenvolvimento maior da personalidade e proporcionar condições de bem-estar mental. Para que serve? Eu poderia perguntar: para que serve existir? A utilidade da psicanálise compartilha com o sentido de nossa própria existência"

Anna Verônica Mautner
"Tratar das dores da alma. E é um processo tão longo para diluir a dor quanto foi para implantá-la. A substância com a qual a psicanálise lida não obedece às leis da mecânica. Não tratamos de matéria, não tratamos de concretudes: são dores da alma, substâncias de outra categoria"

Jorge Forbes
"Serve para possibilitar que a pessoa suporte viver a pós-modernidade. Saímos de uma sociedade que estabelecia claramente os certos e os errados. O homem atual se apavora frente a essa liberdade e se esconde atrás das fórmulas prontas de viver. Nesse contexto, a psicanálise vai na contracorrente da ideologia de que tudo tem remédio, dos livros de autoajuda e das neorreligiões. Ela transforma a angústia paralisante do homem frente à liberdade responsável das opções em uma ação criativa"

Juan-David Nasio
"O objetivo da psicanálise é libertar o paciente de seus sintomas e de seus problemas. Acima de tudo, é um método curativo, além de ajudar a transformar o paciente em alguém mais adaptado à sua realidade e aumentar a sua inteligência emocional"

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

terça-feira, 17 de abril de 2012

Para além do corpo a cura da alma



“Mens sana in corpore sano” ("uma mente sã num corpo são") - Poeta romano Juvenal

Em seu livro Anatomia Emocional, Stanley Keleman diz que a existência é um tributo a vida organizada em formas vivas. Ser um indivíduo é seguir os impulsos da própria forma e aprender suas regras únicas de organização. Em todos os níveis a vida é um processo – uma cadeia interligando fatos isolados de vida diferenciados em formas específicas de existência. Tudo está interligado e para isso não precisamos ter doutorado em Harvard para perceber. Se prestarmos o mínimo de atenção em nós mesmos perceberemos como as nossas emoções, os nossos pensamentos afetam nosso estado de espírito e nosso comportamento. E ainda, como as emoções podem influenciar o nosso comportamento, as nossas condições afetivas e transformar-se em distúrbios somáticos.
Visto que, somos seres humanos com preocupações, temores, esperanças e desesperos, como um todo indivisível e não apenas como portadores de um estômago, de um fígado, de uma coluna, é incongruente pensar que as doenças não venham, porém, não somente, de uma causa emocional.
Segundo Cristina Cairo em seu livro a Linguagem do Corpo, a mente humana foi arquitetada pela natureza, com equilíbrio e perfeição, para que pudéssemos usufruir dos benefícios das leis físicas e naturais do Universo, mas a consciência materialista pensa existir somente o que se pode provar aos olhos e não o que se pode provar através da sensibilidade. Afinal, está provado pela física, a existência de cores, sons e aromas, além da nossa limitada percepção sensorial. Somos limitados por ignorância e falta de treino e preferimos chamar isto de misticismo. O que pouco importa o nome que nós seres humanos damos as coisas que não conseguimos entender, provar ou aceitar, se no final o resultado é o alívio da nossa dor.
Segundo os estudos das terapias holísticas o desequilíbrio é sempre assinalado primeiramente nos campos sutis do indivíduo, refletindo-se em uma mudança inicial nos padrões de pensamentos, sentimentos e emoções. E estes padrões também são os pontos centrais da Terapia Cognitiva, criada por Aaron Beck. A terapia cognitiva parte do princípio de que a maneira como pensamos determina o modo como nos sentimos, nos comportamos e nossas reações corporais. Assim podemos perceber que tudo está conectado e que as respostas são nos dada de diferentes formas.
Segundo Rupert Sheldrake, biólogo inglês, conhecido por sua teoria da morfogênese, do qual faz parte a teoria dos campos morfogenéticos, afirma que a informação é aquilo que imprime forma dentro das coisas, ela IN-FORMA. Sendo assim, torna-se evidente a constatação de que a vida opera através de padrões de informação. Ou seja, cada doença representa um padrão, assim como cada situação que nos acontece na vida são padrões formando campos determinados e específicos que experimentamos ao longo da nossa existência. Se estes padrões não estão em harmonia com o que queremos ser, com o todo, vamos nos distanciando mais e mais de nós mesmos abrindo espaço para as doenças no nosso corpo e na nossa alma. A doença é uma informação negativa, apresentando cada uma um padrão específico e nos alerta de que algo não está conectado.
A arte de se curar é, antes de tudo, a arte de se perceber além do corpo, além do que se está vendo ou do que se está sendo dito verbalmente. Precisamos, antes de mais nada, saber ouvir nossa alma e enxergar o todo. A cura não depende da capacidade intelectual do indivíduo, mas sim da percepção do seu sistema interior, ou seja, o autoconhecimento. A doença, muitas vezes, se comunica por meio do nosso corpo, nos dizendo que existe algo que não está muito adequado com o que somos de fato, que os caminhos que estamos escolhendo se distanciam do que queremos ser.
As terapias holísticas, as psicoterapias são um caminho para à elaboração do processo de individuação do nosso ser rumo à nossa plenitude, e não servem, unicamente, com o intuito de resgatar o nosso inferno interior e nossas sucessivas supressões e encargo impostos ao longo da nossa vida. Curar é dar condições ao alquimista interno de cada um, no sentido de encontrar as ferramentas e as energias necessárias para compor sua autotransformação e cura. É libertação e transcendência.