domingo, 19 de abril de 2015

O mundo empresarial para além das competências técnicas



Alguns viajam pelo mundo todo, mas nunca tiveram a coragem ou habilidade para viajar dentro de si mesmos.
Augusto Cury

Num mundo cada dia mais competitivo e veloz o que nos diferencia uns dos outros quando o assunto é trabalho? Vamos pensar em duas pessoas com perfil técnico igual – tem uma boa formação acadêmica, conhecimentos específicos e idiomas. E você precisa decidir entre uma ou outra para seguir na empresa. O que faz com que você escolha A e não B é algo que, dificilmente uma empresa consegue mudar, caso o funcionário não queira – que é o comportamento. Uma pesquisa feita em parceria com a Revista VOCÊ S.A e a consultoria Saad-Fellipelli, identificou que 87% das organizações consultadas estão dispostas a abrir mão de profissionais competentes por questões comportamentais.  
É incontestável a importância de um bom relacionamento interpessoal, do conhecimento mais profundo sobre si mesmo e sobre como o comportamento humano funciona. Não é difícil achar pessoas com excelentes currículos técnicos, repletos de cursos específicos e de gestão de empresa. Nos preocupamos em investir na nossa formação acadêmica com especializações, MBA’s, módulos internacionais e negligenciamos o lado comportamental, psicoemocional. Não paramos para investir em nós mesmos, em cursos mais voltados para o autoconhecimento, para o desenvolvimento do relacionamento com os outros e até para o conhecimento de como a mente humana funciona.
Precisamos nos conhecer e entender o que nos tira do sério, o que nos faz perder a razão ou até mesmo o porquê de não conseguirmos nos posicionarmos ou o porquê temos dificuldade em dizer não e adoecemos. O autoconhecimento nos protege. Para isso, existem duas perguntas: o que eu sou e como eu lido com isso.
Afinal, no mundo corporativo temos todos os dias, que gerenciar emoções – as nossas e as dos outros, lidar com as nossas frustrações e as dos outros, lidar com os nossos conflitos e os dos outros, com as nossas necessidades e as dos outros.
Mesmo quem trabalha com máquinas, sistemas, precisa estar preparado para lidar com a frustração. Nem sempre o tempo do computador, por exemplo, acontece no nosso tempo, pois se tem a dependência da velocidade da internet que pode não estar boa naquele dia ou até mesmo falhas do sistema operacional interferindo no bom funcionamento do computador. Logo, temos que saber administrar nossas emoções e sentimentos – ansiedade, raiva, impaciência.

A empregabilidade não se sustenta apenas no conhecimento técnico. Por isso, devemos investir, também, no desenvolvimento pessoal. Esse investimento pode ser feito, por meio de cursos comportamentais, terapia, coaching, teatro, meditação, yoga, entre outras atividades voltadas para o desenvolvimento pessoal. A partir do momento que treinamos a nossa mente para nos conhecermos mais – pontos fortes, fragilidades, dores, reações emocionais – dificilmente permaneceremos na repetição por muito tempo ou teremos uma reação que nos gere prejuízos. O autoconhecimento exige prática, exercícios de reprogramação mental, e estar aberto para encarar sua sombra, seu lado mais obscuro, que escondemos até de nós mesmos. Que o acordar para si mesmo seja um movimento natural, como o abrir e o fechar dos olhos. Desperte para você mesmo!