quarta-feira, 14 de maio de 2014

Qual caminho você segue: pela dor ou pelo autoconhecimento?



“para nascer é preciso destruir o mundo.” Hermann Hesse
e
“para nascer é preciso se conhecer.” Ana Matos

Até que ponto podemos permitir que algo nos agrida? Racionalmente, se algo está nos agredindo não faz sentido manter. Seja o que for: trabalho, relacionamento, família, amigos, filhos, um lugar, etc. No entanto é fato que nem tudo na vida são flores, e que na maior parte do tempo que passaremos aqui na terra será para aprendizado e evolução.
Claro, que cada um de nós tem os seus motivos, os seus objetivos e sabe a dor e a delícia das suas escolhas. Sim! Somos responsáveis pelas nossas escolhas e, por como iremos reagir e sentir com aquilo que fizeram conosco. Sem dúvida, que tem fases na nossa vida que precisamos “engolir muitos sapos” para alcançar aquele cargo almejado, ou para chegar naquele salário que desejamos ou para alcançar qualquer objetivo. Precisamos abrir mão de muitas coisas para conseguir dar um passo para frente. E abrir mão significa perder de um lado para ganhar do outro. Significa saber lidar com a famosa frustração. Como você lida ou vem lidando com as suas frustrações? Você faz da frustração um caminho para o seu crescimento? Ou desconta no mundo, nas pessoas suas insatisfações?
Muitas vezes, pelo fato de não sabermos lidar com as frustrações e por medo de perder o que temos, permitimos o abuso emocional. E vamos levando essa situação, pois é mais confortável lidar com essa dor conhecida do que uma dor desconhecida - que não sabemos a intensidade e nem o quanto irá durar.
No entanto, concomitante com esta permissão de agressão a nossa alma, vai entrando em ação as manifestações do inconsciente, principalmente, por meio dos Sintomas. Esses sintomas se manifestam sutilmente a princípio. Pode ser uma dor de cabeça, um desconforto no estômago, no intestino, nas costas, etc. Até que vamos sendo tomados por dores cada vez mais profundas. O que acontece nesse ponto é que muitas pessoas procuram ajuda de um médico, ou uma religião, ou uma terapia. E quando não, vão se dar conta de que não pensaram em si numa mesa de cirurgia ou deitados na cama.
A questão é: por que todo crescimento precisa ser pelo caminho da dor e não pelo caminho do autoconhecimento? Como disse Augusto Cury no seu livro – Ansiedade: como enfrentar o mal do século – a grande maioria das pessoas dirige carro, mas não aprendeu a dirigir suas próprias emoções, reações e pensamentos. Eis então, o cárcere psíquico capitaneado por doenças psicossomáticas. Ainda que possamos dizer que a mente humana é a mais complexa de todas as “empresas”, a única que não pode falir, infelizmente é a que vai com maior facilidade à ladeira abaixo pelos descuidos inadmissíveis com que a tratamos. E quem também paga é o nosso corpo.

Segundo Cury, quem não souber dar um choque de lucidez em sua emoção, em seus pensamentos, na sua vida jamais poderá dizer que é autor da sua história. Quanto tempo dedicamos a nós mesmos quando somos tomados por uma frustração, por um pensamento  perturbador, uma ideia punitiva ou um estado fóbico? No máximo, cinco segundos. Sem dúvida, a qualidade de vida hoje não se resume apenas as questões materiais, mas ao autoconhecimento. Por isso, cuide de você. Seja o dono do seu destino e não prisioneiro da sua mente e do mundo dos outros.