domingo, 22 de julho de 2012

O equilíbrio entre perder e ganhar




A vida é feita de escolhas. Quando você dá um passo à frente, inevitavelmente alguma coisa fica para trás. Caio Fernando de Abreu



Diante das situações da vida temos em grandes linhas duas alternativas: continuar convivendo com o problema ou mudar. Embora, teoricamente, seja simples, na prática tomar decisões, fazer escolhas, ter que abrir mão de algo torna-se uma atitude complexa, onde temos que medir as consequência e pesar perdas e ganhos.
Mesmo sendo claro que ganharemos ao escolher determinado caminho, ou optar por algo que nos tirará de uma zona de conforto, nem sempre isso se torna um ponto positivo, visto que, a dor de perder o que conquistamos tem um peso maior. E não raro, vemos muitas pessoas infelizes, na zona de conforto, sem perceberem que estão infelizes, pois não sabem como é viver de outra maneira. O ponto de referência é aquele.
É muito comum encontrarmos casais que permanecem juntos sem nenhuma troca de carinho, distantes, vivendo debaixo do mesmo teto, porém em mundos diferentes. Nos adaptamos as situações – temos essa capacidade; ou nos enganamos fingindo que está tudo bem porque mudar vai ser muito trabalhoso e a perda será maior.
Na revista Mente e Cérebro, nº 179, Barry Schwartz, escreve sobre pesquisas feitas por Daniel Kahneman, professor da Universidade Princeton e Amos Tversky (1937-1996) para explicar os aspectos objetivos e subjetivos relacionados à tomada de decisão. Uma dessas pesquisas fala sobre a teoria da perspectiva que diz que a satisfação de alguém não aumenta na mesma proporção que a elevação dos ganhos resultantes de determinada escolha. Por exemplo, salvar 600 vidas não promove uma sensação três vezes maior do que salvar 200. Eles defendem que a maioria das pessoas é avessa a riscos que acarretam ganhos. Quando se trata de ocorrências negativas, como mortes, as mudanças no estado emocional das pessoas diminuem de forma similar, Isto é, não proporcional à piora objetiva das circunstâncias. Sendo assim, perder 600 vidas também não faz sofrer três vezes mais que perder 200, de modo que assumir o risco de não perder ninguém parece uma boa aposta. Este princípio faz com que as pessoas se sintam atraídas pelo risco que descreve perdas.
A teoria da perspectiva diz ainda que, a intensidade do sentimento negativo que alguém experimenta quando perde alguma coisa é maior que a do sentimento positivo gerado em relação ao ganho de magnitude semelhante. Ou seja, evitar perdas é mais motivador que conquistar ganhos. Essa pesquisa ajuda a entender muitas das nossas escolhas e a compreender algumas decisões tomadas pelos outros, que no momento, podem não ser compreensíveis. 
Porém, todas escolhas que fazemos faz parte de um momento, de um contexto e do nosso nível de amadurecimento e como disse Chico Xavier "embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".

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