segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Onde você estava quando eu estava aqui



“Solidão a dois de dia
Faz calor, depois faz frio (...)
Meu mundo que você não vê
Meu sonho que você não crê”

Cazuza

Talvez seja assim que muitos de nós nos sentimos quando nos damos conta que estávamos vivendo uma solidão a dois – sozinhos. Quando olhamos para o lado e não encontramos a pessoa que parecia ser o que demonstrava ser no início do relacionamento. Quando nos olhamos no espelho e não mais nos reconhecemos. Quando olhamos para o outro e não mais o reconhecemos. O que faz com que as pessoas se percam debaixo do mesmo teto?
 Isso envolve alguns fatores, como: características pessoais, histórico familiar, o momento que cada um está vivendo e, principalmente, o lugar em que a relação afetiva ocupa nas prioridades individuais.
Sabemos que o amor é importante e até, muitas vezes, fundamental para a construção de uma vida a dois. Porém, para que essa relação se torne inteira é necessário outros ingredientes e, sem dúvida o sexo entra como ator principal. Afinal, um amor sem sexo é outro tipo de amor, menos amor afetivo-sexual.  E para construir esse amor afetivo-sexual com sexo é necessário o cuidado e a atenção no dia-a-dia dessa relação. O desafio é como manter a chama acesa diante da rotina, dos compromissos diários, das atividades profissionais, do cuidado com os filhos ou cachorros, das preocupações financeiras.
Temos que ter em mente que tipo de relação queremos; o que representa essa relação na minha vida; quais os objetivos que temos em comum?
Sabendo que tipo de relação queremos, devemos entender que algumas atitudes são pilares para essa construção. Mesmo que se tenha diferenças a comunicação, os hábitos e os cuidados são pilares fundamentais. Se nos deixarmos levar por hábitos como: encontrar o outro e tratar como uma pessoa qualquer sem ter o hábito de dar um beijo; ou se as conversar da relação giram apenas em torno de problemas e reclamações o tempo todo; se o sexo vira algo mecânico e até raro; se a troca de carinhos, os olhares, as conversas “safadas” se perdem... a chance dessa relação esfriar e os dois se distanciarem é fatal.
Sim! É fatal, pois na maioria das vezes, quando nos damos conta já existe um abismo. Ou, não raro, entre em cena uma terceira pessoa, alguém se envolve ou fica aberto para se envolver não tendo mais suas necessidades atendidas dentro de casa e nem proximidade, conexão para resgatar a relação.
Mas, também existe a possibilidade de resgatarmos essa relação, de construirmos uma ponte para que nos conectemos um com o outro. Ponte essa feita com muita paciência, mudanças de hábitos, dedicação, prioridade, interesse e vontade de dar certo e fazer diferente.
Cabe a cada um de nós, envolvidos na relação, a responsabilidade do bom andamento e do cuidado para não se perder e não perder o outro. Apesar das diferenças e da individualidade de cada um é preciso que se tenha objetivos em comum, conversas e muitas conversas, um bom sexo para que se mantenha a conexão de amor afetivo-sexual. Assim como, cultivar hábitos saudáveis para a relação como o cuidado com o outro no dia-a-dia.
É preciso que estejamos atentos para que a relação não vire uma obrigação. É importante que se quebre a rotina, para que não nos entreguemos para a zona de conforto e nem deixemos que o outro vá ou fique lá.
           A partir do momento que entendemos que a relação é construção permanente, mutante e desafiante, que se faz com muito diálogo e com a participação das duas partes, muito provavelmente será uma relação de sucesso e fará com que não fiquemos estagnados esperando que algo aconteça por si só. 

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