terça-feira, 18 de agosto de 2015

Você não é você



Eu sou um pouco de ti, um pouco de mim e muito de nós.
Ana Matos


Você sabe quem você é? Muitas vezes não sabemos quem somos, às vezes achamos que sabemos, outras vezes nos confundimos nas muitas possibilidades que podemos ser que nos perdemos e não mais conseguimos dizer quem somos. Por fim, a maioria das pessoas vão pensar sobre essa pergunta numa entrevista de emprego, ou quando vão participar de um curso comportamental ou quando buscam uma terapia. Afinal, quem somos nós?

Para sabermos quem somos precisamos entender e aceitar que nós somos os outros. Se pararmos para pensar sobre essa simples pergunta e olharmos para as nossas características veremos que temos um pouco da nossa mãe, mais um pouco do nosso pai, dos nossos avós, tios, irmãos, ídolos e de todas as pessoas que fizeram ou fazem parte da nossa construção. Por exemplo: de onde vem nossas crenças, o jeito de falar, de sorrir, de se vestir, as manias, a maneira de tomar uma decisão, a forma de ver o mundo, o uso de algumas expressões tanto verbais como gestuais?

Todas as pessoas próximas podem ser nossa referência. De alguma forma elas fazem parte do que somos ou estamos sendo. Quando uma personagem aparece na TV usando um determinado corte de cabelo, um esmalte, uma roupa, etc...se nos identificarmos com aquilo assumiremos, de uma certa forma, como uma parte nossa e vamos mais uma vez nos construindo.

“Você não é você”, porque nós também somos o que os outros pensam de nós. Os outros nos constroem, nos qualificam ou desqualificam conforme a imagem que passamos, desde a forma de nos vestirmos até como nos comportamos. Elas podem dizer que somos de bem com a vida ou mal-humorados, arrogantes ou simpáticos, organizado ou desorganizados, e eu não achar nada disso. Precisamos ouvir os outros, sem nossas defesas, para sabermos se a mensagem que estamos passando é pertinente com aquilo que gostaríamos de passar. Se a minha percepção sobre mim bate com a percepção do outro. As pessoas podem emitir ou não suas opiniões sobre nós, mas, se perguntarmos elas têm algo a dizer sobre o que somos ou sobre a mensagem que passamos.

“Você não é você”, somos, também, o que mostramos para esconder quem somos e que, muitas vezes, nem sabemos que somos, não temos consciência do nosso ser. Talvez, estejamos sendo o que não imaginamos, ou aquilo que não gostaríamos de ser, mas é essa mensagem que o outro enxerga e recebe. Logo, de alguma forma estamos sendo, pelo menos para os olhos do outro.

            Somos o que somos, também, para agradar ou não desagradar, ou até mesmo para não decepcionar ou não frustrar o outro.

            Não saberemos dizer quem somos até entendermos um pouco disso que foi dito acima e de como funcionamos, como a nossa mente funciona; nos conhecer e conhecer o outro, nos conhecer por meio do outro e, principalmente, por meio da auto-observação e autoanálise.

            Apesar de sermos iguais enquanto estrutura, cada um de nós vai desenvolvendo suas diferenças, suas peculiaridades, especialidades e assim, nos tornamos únicos. Agora responda: quem é você?

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