quarta-feira, 9 de maio de 2012

A constante busca pelo equilíbrio profissional




“Cada vez mais pacientes lotam as nossas clínicas e consultórios queixando-se de um vazio interior, da sensação de uma total falta de sentido de suas vidas. Podemos definir esse vácuo existencial como a frustração do que podemos considerar a motivação fundamental no homem, e o que podemos chamar de... a vontade de sentido”. Victor Frankl


O mundo mudou e disso todos nós sabemos. Ao mesmo tempo, que ganhamos com novas tecnologias, avanços científicos, “liberdade de expressão” perdemos a maior parte da nossa vida para pagar o preço da evolução. Pagamos esse preço quando não temos tempo para desfrutar das nossas conquistas materiais, ou quando não conseguimos participar do crescimento dos nossos filhos, ou quando nossa saúde está comprometida, ou quando percebemos que ligamos o “piloto automático” e nada do que estamos sendo e fazendo faz sentido e que a única coisa que nos acompanha é o vazio.
Dados da Isma-Brasil (International Stress Management Association), revelaram que 80% dos brasileiros economicamente ativos sofrem com a sobrecarga profissional e com os excessos que os cercam. É preciso cumprir prazos restritos e demandas cada vez mais complexas, acompanhar mudanças tecnológicas, enfrentar avaliações de desempenho e rendimento, e ainda manter um relacionamento razoável com clientes, chefes, colegas, família e amigos. Isso sem falar da preocupação em se manter empregado. Segundo a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association - Isma-Brasil, no Brasil estima-se que as organizações poderiam ter uma economia de até 34% se diminuíssem os índices de stress ocupacional e doenças decorrentes dele.
O mundo empresarial convive com a realidade do aumento espantoso dos casos de doenças ocupacionais. As estatísticas estão aí para comprovar que estamos sofrendo uma das piores crises do mundo – a crise existencial. Arrisco em dizer até que nossas crises econômicas são consequências da nossa crise existencial. Buscamos um sentido para nossa vida no consumismo, nas relações efêmeras, no excesso de trabalho, etc. Sofremos pelo excesso na agonia de preencher nossa falta.
Segundo Hilsa Flávia A Coutinho no seu artigo Saúde e Profissão: uma nova forma de vida, a presença de profissionais da área da saúde, como psicoterapeutas, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos, terapeutas holísticos, nas empresas facilitaria as ações preventivas e curativas das mesmas, sendo aplicadas medidas cabíveis de prevenção e cura.
O trabalhador opera em média 70% de seu potencial. Se uma empresa investe no desenvolvimento da promoção da saúde, atendendo as necessidades e interesses de seus trabalhadores, o potencial para aumento na produtividade é significativo (Mendes e Dias, 1991).
Sabemos que as empresas vivem tempos cada vez mais competitivos e velozes. Porém, algumas medidas preventivas, como parcerias ou contratações de profissionais da área da saúde, podem ajudar as empresas no que diz respeito à redução do número de licenças de funcionários por doenças, dos gastos com o tratamento da saúde do trabalhador, das reclamações na Justiça devido a acidentes do trabalho, sem contar que o bem-estar e qualidade de vida proporcionado pela empresa refletirão na produtividade e, consequentemente, nos resultados e objetivos a serem cumpridos.
Passamos a maior parte de nossa vida para o trabalho, numa empresa, trabalhamos mesmo não estando dentro do escritório, compramos roupa para trabalhar, cuidamos da nossa estética para o trabalho, e assim por diante. Consequência disso é a falta de tempo livre para cuidar de si, para estar com a família, para estar com os amigos, para desfrutar a vida. A busca do equilíbrio entre vida profissional e pessoal continua sendo um dos maiores desafios do ser humano.
Por isso o ideal, embora não seja realidade para todos, é se pudéssemos seguir aquele provérbio italiano que diz: “Quem faz o que gosta, nunca vai trabalhar na vida!”. Uma relação satisfatória com a atividade de trabalho é fundamental para o desenvolvimento nas diferentes áreas da vida e esta relação depende, em grande escala, dos suportes que os indivíduos recebem durante seu percurso profissional. 



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