terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Você tem medo de quê?


“O Universo ao seu redor é uma indicação do seu foco” Lin, What Your Face Reveals

            Desde o dia em que nascemos, estamos “aprisionados ao medo”. Como acontece com toda herança, os medos são ao mesmo tempo uma coisa boa, útil para nossa sobrevivência, e um peso, afetando nossa qualidade de vida. Com o passar do tempo, de acordo com a nossa educação e ambiente em que vivemos, os traumas, nossos medos, podem se tornar excessivos, sob controle ou desaparecer. Cada medo tem sua história relativamente conhecida ou que permanece, muitas vezes, misteriosa.
            Uma questão que devemos pensar em relação ao medo é “Por que meu medo persiste, apesar de todos os meus esforços, já que eu sei perfeitamente que é um medo exagerado?”.
            Depois de refletir sobre a causa, de onde vem este medo, é importante entender o por que deste comportamento diante determinadas situações. Independente da resposta, sabemos ou devemos ter a consciência de que nossos medos permanecem porque nós os obedecemos. Obedecemo-lhes em nossos comportamentos, com fugas e evitamentos. Obedecemo-lhes em nossos pensamentos, não vendo outra coisa ao nosso redor além de perigos e ameaças. O medo submete, dessa forma, nossa inteligência.
            No livro Psicologia do Medo, Christophe André fala sobre os dez mandamentos da luta antimedo: 1) desobedeça seus medos; 2) informe-se sobre o que realmente lhe causa medo; 3) deixe de ter medo do medo; 4) modifique sua visão de mundo; 5) confronte o medo seguindo certas regras; 6) respeite-se e faça com que os outros respeitem seu medo; 7) reflita sobre seu medo, sua história e sua função; 8) cuide de você; 9) aprenda a relaxar e meditar; 10) mantenha seus esforços por muito tempo.
          Todos eles são fundamentais como exercício constante, porém se o medo for algo antigo, instalado e muito sério é importante o acompanhamento terapêutico. O medo deve estar dentro de um limite normal e aceitável. O objetivo não é se tornar uma pessoa sem medo, mas uma pessoa que não se deixa dirigir e nem sufocar por seus medos.
            Felizmente sabemos que somos capazes de colocar o medo novamente em seu lugar. É somente quando nos confrontamos com o medo que podemos dar provas de coragem. Esta coragem nos permite viver os momentos de uma forma plena e seguir em frente. Um medo específico pode sempre nos acompanhar, mas saberemos como lidar com ele e, então, não deixaremos que ele determine a direção do nosso caminho. Podemos fazer as pazes com ele, viver inteligentemente, escutá-lo inclusive, por que não? Pois já não é preciso obedecê-los... Afinal, lutar contra seus medos é lutar, na verdade, por sua liberdade.

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