terça-feira, 10 de abril de 2012

Qualidade de Vida: sonho ou realidade?




“Há duas tragédias na vida: uma a de não satisfazermos os nossos desejos, a outra a de os satisfazermos.” Oscar Wilde

O termo qualidade de vida foi utilizado pela primeira vez por Lyndon Johnson, em 1964, então presidente dos Estados Unidos, que declarou: “...os objetivos não podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas”. (Revista Salus-Guarapuava-PR. jan./jun. 2007). Hoje temos muitas definições sobre qualidade de vida, pois é algo extremamente subjetivo e individual. Porém, ela envolve o bem físico, mental, psicológico e emocional, além de relacionamentos sociais, como família e amigos e também a saúde, educação, poder de compra e outras circunstâncias da vida.
Sendo a qualidade de vida, também, um conceito individual ela pode ter um significado em um determinado momento da sua vida e depois num outro momento ela pode passar a ter outro significado. Pode ser estar com sua família em casa todas as noites e curtir momentos de lazer, ou pode ser jogar bola com os seus amigos, se dedicar para o trabalho ou até mesmo não fazer nada.
Assim, como cada individuo tem um perfil comportamental, funciona e (re)age de determinada forma, cada indivíduo também escolhe como viver e aproveitar melhor a sua vida. Independente disso, não podemos esquecer que precisamos estar equilibrados em todos os aspectos que fazem parte de ser humano – familiar, social, afetivo e profissional.
Segundo Fritjof Capra em seu livro O Ponto de Mutação, para ser saudável, estar em equilíbrio, um organismo tem que preservar sua autonomia individual, mas, ao mesmo tempo, estar apto a integrar-se harmoniosamente em sistemas mais vastos. A doença é, portanto, uma conseqüência de desequilíbrio e desarmonia, e pode, com muita freqüência, ser vista como decorrente de uma falta de integração com o sistema, o meio. Ser saudável significa, portanto, estar em sincronia consigo mesmo – física e mentalmente – e também com o mundo circundante. Quando não existe essa sincronia o mais provável é que ocorra uma doença.
Numa pesquisa recente sobre Stress e Qualidade de Vida, foram ouvidos 480 executivos entre 28 e 52 anos de 328 empresas em nove estados e resultado é de ficar perplexo. "As pessoas estão muito doentes". Nada menos que 95% dos pesquisados declararam não ter visto os filhos crescerem, 89% disseram ter insônia e um percentual idêntico está frustrado com a carreira. A maioria toma calmante e a maioria teme perder o emprego. E mais: 75% sentem falta de lazer e 85% não tiram férias regulares. Apenas 10% se disseram bem-casados e 66% admitiram ter aventuras extraconjugais. Outro dado estarrecedor: 22% disseram que seus filhos usam drogas.  
Outro dado importante é que problemas causados pelo estresse - depressão, alcoolismo, hipertensão, dor de cabeça e outros - levaram 1,3 milhão de brasileiros a se afastarem do trabalho e receberem auxílio-doença, segundo uma pesquisa recente da UnB (Universidade de Brasília), divulgada no começo de abril de 2011. E o pior é que o stress ainda é tratado como bobagem ou frescura por muitas pessoas.
Hoje temos todo recurso de mobilidade, mas temos que estar na empresa cumprindo horário das 8h às 18h, por exemplo. Isso quando, para garantir uma boa imagem e mostrar que “vestimos a camisa” esse horário é extrapolado.
Até que ponto é incentivado o uso dos programas de qualidade de vida que as empresas, na sua maioria adotam, para sair nos rankings da melhores, maiores, etc? Se as empresas têm programas de qualidade de vida, considerando o bem estar físico, mental dos seus colaboradores por que as pessoas estão tão estressadas, tão insatisfeitas e o índice de afastamento só aumenta?
Tenho minhas dúvidas se cabe esperar algo que venha das empresas. Talvez, ainda demore um tempo para que “as empresas” entendam que estão lidando com pessoas e que cada uma delas tem suas particularidades. Esperar pela empresa é se eximir da nossa responsabilidade por nós mesmos. Podemos sim proporcionar a nós mesmos umas boas férias, um bom jantar, um bom final de semana. A busca pelo equilíbrio deve ser constante. O parar e refletir para que caminho estamos indo é fundamental para que não nos distanciemos das pessoas que nos cercam e, principalmente de nós mesmos. Que essa busca seja de uma forma saudável e não quando a doença se instaurar.
O engajamento profissional é para fazer o homem progredir em todos os aspectos. Afinal, se nos sentimos felizes no trabalho somente em véspera de feriado ou numa sexta-feira, certamente algo não está indo bem. Permita-se viver de forma equilibrada, e que seu trabalho seja um meio para a realização do seu projeto de vida, seus objetivos pessoais e uma oportunidade de evolução como ser humano.

“Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível.” Mahatma Gandhi

Para descontrair um pouco faça o teste Você tem qualidade de vida? no site http://sitededicas.ne10.uol.com.br/teste_quavida.htm

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