sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Depois de conhecer a si mesmo você pode pensar em conhecer o outro



“A vida não examinada não merece ser vivida” Sócrates

            Um ponto importante sobre a capacidade de desenvolver a empatia é que requer um investimento de longo prazo. Não é aplicação esporádica. Exige prática, querer e alma. Saiba: é quase impossível fingir ter empatia.
            Segundo Kurt W. Mortensen no seu livro Q.I. de Persuasão, vivemos em um mundo autoabsorvido e ser empático contraria quase tudo que você aprendeu com o mundo. Aprendemos desde pequenos a sermos exigentes, egoístas e egocêntricos. O mundo exige cada vez mais e mais de todos e num curto espaço de tempo. Não podemos ser mais um. Temos que ser o melhor custe o que custar, pagando o preço que for. Nos perdemos nessa busca e nos afastamos de nós mesmos. Nos tornamos vazios com inúmeros sintomas e patologias, carentes de alma, de afeto, de atenção e de amor.
            Por termos que a toda hora tomarmos decisões rápidas pela pressão não só profissional, mas do próprio meio, não paramos para pensar no que estamos vivendo, no que estamos sentindo. Sendo assim, para desenvolver a capacidade de ter empatia precisamos parar e simplesmente desconectar do mundo lá fora, reavaliar tudo que ouvimos e deixarmos de lado os preconceitos, julgamentos, estereótipos, e estar presente neste momento, no agora, no hoje. Vamos transformar nossos olhos em janelas da alma e sentir o que estamos vendo. Olhar para dentro e sentir o que está acontecendo conosco. Sem julgamentos. Entrar em contato conosco é o início do desenvolvimento da empatia. Entrar na sua alma e se conhecer. Se conectar com você mesmo.
            O autoconhecimento é o primeiro exercício na busca pelo desenvolvimento da empatia. Segundo Daniel Goleman sem a capacidade de captar nossos próprios sentimentos, ou impedir que eles se apossem de nós, ficaremos irremediavelmente desconectados dos estados de ânimo das outras pessoas. Para Goleman a empatia é o nosso radar social. Quando estamos desconectados sofremos de surdez emocional que conduz à falta de jeito social, à falta de conhecimento de nós mesmos, o que nos leva a interpretar os sentimentos de uma forma errada ou ser rude e frio com os outros e, principalmente, conosco.
            Infelizmente, a loucura da vida moderna não parece cultivar a mentalidade de encontrar tempo para ajudar os outros, quiçá a nós mesmos. Porém somos responsáveis pelas nossas escolhas e a determinação de qual caminho seguir é sempre uma decisão pessoal e não uma obrigação social.

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