segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Somos incapazes de guardar segredos, porém nem todos são capazes de decifrá-los

Certa vez estava numa palestra de um Diretor de RH de uma grande companhia aérea que falava sobre como desenvolver pessoas. E num determinado momento ele começou a falar sobre empatia, um assunto que estudo, e deu um exemplo que considerei perfeito para o meu entendimento do tema.
            Ele contou que seu irmão estava passando por uma situação muito difícil e o procurou para desabafar. Após ouvi-lo, ele disse: “se eu fosse você faria...”. O irmão o interrompeu no mesmo instante e disse: “se você fosse eu, você faria exatamente o que eu estou pensando em fazer”. O irmão não recebeu aquela frase com empatia, mas de uma forma negativa, claro!
            Se dissermos dessa forma, estamos dizendo que iremos agir como o outro e nós não somos o outro. E mais, nem todos têm essa capacidade de se despir de si mesmo e se colocar no lugar do outro de uma forma livre de qualquer julgamento.
Tendemos a agir mais como no filme “Se eu fosse você” onde eles trocam de corpos, mas agem com os seus conceitos de certo e errado, com as suas formas de ver o mundo, com as suas maneiras de solucionar um problema, etc. Isso não é ser empático. É ser você na vida do outro. Essa ideia não seria tão ruim assim para desenvolver a capacidade de empatia.
Ser empático passa bem longe de ser o outro. Se colocar no lugar do outro sim, mas não sendo você. É ser capaz de perceber as pistas emocionais que estão por trás de qualquer discurso. Lembre-se que as pessoas, nós, sempre temos nossas razões para ocultar nossos verdadeiros sentimentos. Raramente dizemos em palavras aquilo que estamos sentindo. Mas, nos revelamos pelo tom da voz, pelas expressões faciais, pelos movimentos do corpo e etc. Freud disse “o ser humano é incapaz de guardar segredo. Quando seus lábios estão silenciosos, eles fofocam com os dedos, e se revelam através de cada poro”. Concordo com um dos meus grandes Mestres, porém acrescento que apesar de não sermos capazes de guardar segredos nem todos são capazes de decifrá-los. 

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