quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Me domine ou te devoro

            Não raras vezes, ouço as pessoas se definindo como “eu sou muito racional” ou “eu sou muito emoção”. Eu acredito sim, que existam pessoas que conseguem lidar com as emoções ou com a razão de uma forma melhor. Porém, por meio do desenvolvimento da inteligência emocional podemos deixar de ser “ou uma ou outra” e acabar com essa guerra e selar a paz – a sua paz! Sempre penso que a maior guerra que temos que enfrentar no nosso dia-a-dia é a guerra contra nós mesmos – malditos desejos!, como dizia Freud.
            Dominar as emoções não é descartá-las, jogá-las no “lixo”, ou seja, mandá-las para o seu inconsciente e tudo estará resolvido. Um exemplo muito prático de como isso não resolve é: você termina um relacionamento (de uma forma não muito amigável), passa-se um tempo e, como você não elaborou aquelas emoções... quando você encontra aquele ser – Boom!!! Seu coração só falta sair pela boca. Trabalhar essas emoções, entender o porquê daqueles sentimentos e compreender que isto faz parte de você é um processo racional fundamental para se ter algo resolvido emocionalmente. A emoção está para razão tanto quanto a razão está para a emoção. E a inteligência emocional define bem isso, segundo Salovey e Mayer "inteligência emocional é a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros." (Salovey & Mayer, 2000).
            A filosofia, na sua busca de entender o homem – Quem somos? - já nos mostrou que separar emoção e razão não é o caminho para o encontro da sua paz. A razão muitas vezes até criticada é essencial, diria até que vital, para o entendimento das emoções. Sentir e não elaborar é não atravessar o rio, ou seja, é não se permitir mergulhar em você. A emoção nos permite sentir e a razão nos permite entender o que estamos sentindo. Excluir, separar, bloquear, optar entre uma e outra é abrir mão de todo potencial que temos, de toda racionalidade que nossa mente nos permite usar. Querer separá-la é arrancar um pedaço de você. Permita-se navegar entre razão e emoção sem medo de se conhecer. Dessa forma, você não será devorado nem por um e nem pelo outro.

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