quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O que gera a empatia

           Segundo Karl Albrecht no seu livro Inteligência Social, existem duas oportunidades de gerar empatia: 1) a experiência momentânea de associação com as pessoas; e 2) o processo de “manutenção” pelo qual um relacionamento se mantém saudável com o tempo.
         Numa situação específica, pode-se estabelecer uma conexão forte de empatia com alguém ou um grupo de pessoas concentrando-se em três tipos específicos de comportamento. Podemos pensar em 3 termos de “As” – Atenção, Apreciação e Afirmação.
         Atenção: primeiro devemos adquirir o hábito de sair de nossas bolhas mentais e no sintonizar com as outras pessoas como indivíduos únicos. Todos os seres humanos normais gostam de ser notados, ouvidos e levados a sério. Os que fingem interesse nos outros com freqüência se entregam com indícios não verbais que contradizem a história. A melhor maneira de demonstrar interesse em alguém é sentir interesse por esse alguém. A intenção natural de ouvir revela-se em seu comportamento consciente e inconsciente.
         Inclinar o seu corpo em direção à outra pessoa, fazer contato ocular, pausar e ouvir atentamente enquanto ela fala e fazer acenos ou indicar por outros meios que você acompanha o que está sendo dito – tudo isso ajuda a fortalecer o senso de atenção.
         Uma forma menos conhecida, mas muito eficaz de atenção é a regulagem não verbal, que significa ajustar a sua postura corporal, sua inclinação física geral e seus gestos aos da outra pessoa. Pode-se sentir esse mesmo indício para determinar se a outra pessoa sente com você uma conexão de empatia.
         A regulagem verbal, que também ajuda a gerar empatia, é o hábito de refletir as palavras, expressões e figuras de linguagem da pessoa para ela mesma. Se a outra pessoa usa uma metáfora em particular, empregar essa metáfora em sua resposta serve como endosso da idéia, e como confirmação não verbal de um vínculo. Você também pode regular o estilo de linguagem.
         A microestrutura da conversação humana é notavelmente complexa e diversa. A atenção tende a vir de modo natural se resolvermos considerar as outras pessoas como indivíduos. E não nos prejudica conhecer uns poucos métodos ou técnicas específicas para ajudar a fazer a conexão.
Apreciação: podemos demonstrar aos outros que estamos dispostos e somos capazes de aceita-los como são e pelo que são. Podemos discordar de suas visões políticas ou religiosas, e nosso mundo pessoal de valores e experiências pode ser bem diferente do deles; mas se dissermos que é possível coexistir pacificamente com eles mesmo que haja discórdia em algumas coisas, provavelmente demonstraremos aceitação e apreciação com naturalidade.
Os sinais verbais que indicam para as pessoas que as aceitamos e lhes reconhecemos o direito de ser quem e o que são, é possível fazer mais algumas coisas para reforçar o elo de respeito mútuo. Uma habilidade importante para a percepção de respeito, aceitação e apreciação é o uso de “linguagem limpa” – um padrão de linguagem semanticamente flexível e considerado, livre de dogmatismo, sarcasmo, opinionite, todite, polarização e dicotomias, e fizer bom uso de limitadores e qualificadores semânticos, assim poderemos evitar que os outros desenvolvam resistências as nossas idéias e sugestões. Quando as pessoas percebem que existe um respeito, elas ficam mais inclinadas a ouvir as nossas.
  Afirmação: é reconhecidamente mais fácil apreciar, respeitar e sentir-se próximo a alguém cujo os valores e idéias compartilhamos do que a alguém que discordamos totalmente em questões importantes. Ao mesmo tempo, é possível aceitar essa pessoa, como pessoa, pelo modo como interagimos com ela.
         Como seres humanos, normalmente precisamos e queremos – e frequentemente buscamos – auto-afirmação em pelo menos 3 níveis: 1)amabilidade, 2) capacidade e 3) dignidade. Cada um de nós precisa saber que é digno de afeto. Cada um de nós precisa sentir que é respeitado por aquilo que é capaz de fazer. E cada um de nós precisa sentir que é reconhecido como uma pessoa digna. Em todos os três sentidos, elogios sinceros e naturais são meio caminho andado. O lendário especialista em motivação Dale Carnegie observava que a maioria das pessoas é faminta por “insumos emocionais” – o tipo de reconhecimento, aceitação, aplauso e afirmação que na verdade é facílimo de oferecer. O princípio é enganosamente simples: se você ajudar as pessoas a se sentir bem consigo mesmas, elas se sentirão bem a seu respeito.

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